sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Divertindo-me em silêncio

Se eu estivesse alucinado
Ou voando por aí em algum cosmo
Chapado de mim mesmo
Pois sim, prefiro estar drogado de mim mesmo
Isso basta!

Se eu andasse cambaleante por aí
Incorporasse alguma forma de revolta
Ou, encontrasse um sentido no que sinto
Por fim, meteria uma bala na cabeça
Pois não quero o conformismo do ter
Mas o prazer em ser o mais aloprado possível.

Se eu extraviasse toda forma de sentido
E porque não “razão”?
Sim, se pudesse andava nu por aí
Pois nasci nu
Nem pretendo exercer alguma ordem
Prefiro o toque, o prazer do toque.

Toda forma de adrenalina me é bem-vinda
Pois quero saciar meus prazeres e sentidos
Sem nexo, sem sentimento, sem apego
Transformar tudo num puteiro
E sorrir dentro duma banheira
Totalmente submerso em minha própria endorfina.

Volto para a realidade
Estabeleço um pacto comigo mesmo
Volto a meus afazeres
Chega de sonhar e desdenhar de um futuro que talvez não venha a ter
O segundo seguinte de vida que me reserva é um mistério
E cada palavra extraída de minha mente e realidade paralela
Dá-me a ilusão do conforto em viver mais um dia
Para algo ainda oculto
Que mais oculto ainda, me faz querer esperar.

Um comentário:

Fernanda H.A. disse...

Choro rola solt dentro de mim, por fora os sorrisos me escondem.
Gostei.