quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Às

Ao som de "Elizabeth" da Team Sleep




Qual é a falta de simplicidade se não tentar ser diferente e porque tentar ser diferente? Eu e minhas indagações sobre aquilo que observo sobre o que tanto se quer, sobre o que tanto se procura, critica e ambiciona.

Observei certo dia uma cachorrinha atravessando a rua na faixa de pedestres. Ela em determinado momento exitou, mas parecia conhecer tudo aquilo como se fosse realmente seu. Até que um motorista de ônibus resolveu parar, provocando um enorme engarrafamento. Maldita pauta infrutífera desse jornal filha da mãe em que trabalho. Li os lábios do motorista e como ponto final ressaltei um enorme “PORRA”. Bom ponto final para uma frase. Achei graça e sorri. Tudo muito simples, como ver aquilo em forma de rabiscos de carvão. Sol morno, vento de fim da tarde meio quente e misturado com frio. Pessoas caminhando para o ponto do coletivo. E eu vidrado na cachorrinha magricela, feinha dos olhos miudos.

Acredito que tudo seja muito simples e é por teimosia que se complica e que se criam as discórdias, o ódio, o remorso, a falta do que fazer e no que crer.

Falta esse calor aqui dentro, falta esse aconchego que há tempo não sinto. Nem amor nem paixão, só tranquilidade, daquelas em que é possível repousar e adorar estar ali, seja onde for.

6 comentários:

Marcelo Mayer disse...

porra!!!! exclamações pq o texto ficou POrra de foda!

Katrina disse...

A simplicidade é complexa demais. Não é tão fácil ser simples. Simples?

Rubicreide disse...

Simplicidade que enche os olhos heim? Fascinante PORRA

Sueli Maia (Mai) disse...

Cara, ainda bem que eu decidi vir conferir como era o blog daquele cara que comenta bem bagaray.
E parei. Fixei minha atenção junto com a 'cadelinha' na faixa de pedestre, vacilando e o motorista do ônibus que, felizmente, não era o motoqueiro. E você é um gênio, devia ser repórter ops se for, tá no lugar onde alguém precisa promover se não for, corre e não para na faixa de pedestre.

Adorei o texto e, juro não vi sarcasmo mas sagacidade e olhar atento. Pessoas como vc. prestam atenção até na poeira que dança no raio de sol.
Como eu sei, imagine...

Abraços e bom feriadão.

Eri disse...

as vezes me falta

Brenda Maciel disse...

Eu fui lendo teu texto, e aos poucos captando a mensagem das coisas simples e banais, tão comuns como as paisagens bobas e belas, feito uma mulher de artista.
Tudo isso me lembrou Alberto Caeiro. Não, não precisamos chegar a este extremo e radical de simplicidade!
Mas a complicação, as vezes para mim é necessária. Vê que ainda sou tão baixa que uma vida bucólica só bastaria DEPOIS que eu já estivesse vivenciado o que acho que preciso.
Porquem o bem, só é reconhecido como o bem quando se sabe o que é mal.
E a simplicidade é desapego, e também é amar, é paixão. Não é porque é tão simples que precise ser vago.
As coisas mais bonitas e simples queimam e dançam dentro de mim, as vezes mais que as próprias para me impressionar.

BEIJOS! :DD