domingo, 10 de agosto de 2008

Versos Feito um Trovador

Indiferença, descrença, timidez, indecência, e tantos outros adjetivos. Talvez essas fossem as possíveis características que eu poderia dar para os tempos atuais e seguintes. Na verdade nem sei por que eu estou escrevendo sobre isso, não sou nenhum santo, estou longe de ser exemplo, estou bem distante de ser um porto-seguro... Mesmo que para mim mesmo!

Estava lembrando de uma conversa que tive com uma conhecida. Ela está recebendo em sua casa uma amiga de infância, cujos pais são missionários. Essa minha conhecida, sabendo do meu desejo por missões, esboça um comentário seu à respeito da possível visão que um missionário teve, em visita à Europa. Essa possível visão era mais ou menos assim “Uma mulher aos prantos que clamava por ajuda, mesmo todos indo visitá-la, mas ninguém intercedia por sua dor.”... Alguma coisa desse tipo...

Pensando depois sobre isso, eu tentei me posicionar neste quadro, não encontrei palavras, apenas frases pouco prudentes e inteligentes já montadas no meu cerne. Quem sabe para impressionar, mas que idiota que sou nem a mim mesmo eu surpreendo mais. Observo a mim mesmo e, percebo que sou um tolo em achar que posso ter o controle de algo na minha vida, em achar que intercedo por alguma coisa ou alguém, mesmo que por mim mesmo!

Observo pessoas todos os dias. Seus clamores e lutas, desejos, agonias, todos são pequenas ilhas ou mundinhos paralelos suplicando por algo que no fundo de suas mentes parece ser extremamente importante. Não estou aqui reclamando ou criticando, cada problema com o seu grau de dificuldade, mas é que, será que vale à pena se importar por tão pouca coisa? Olho para mim, o maior dos idiotas, chorando pelos cantos por uma coisa que eu tive e que agora fica apenas nas minhas lembranças e esperanças. Cantarolando sozinho uma cantiga que Maria Rita interpreta, “Santa Chuva”, de Marcelo Camelo, principalmente o trecho que diz assim:

"Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade... "

... Eu me pergunto se realmente vale à pena se entristecer por isso!

Eu olho para a minha cidade, eu olho para o meu bairro, eu olho para os meus amigos, parentes, para mim mesmo... São tantos que precisam de uma simples palavrinha de paz e alegria, de esperança, de querer insistir com a vida e realmente depositar em Deus as suas pobres e delicadas vidas. São tantos que merecem uma simples palavrinha, e deixá-los livres para decidirem o que lhes é mais “confortável” a fazer. Uma simples palavrinha de um certo carinha que resolveu morrer por nós a alguns “poucos anos atrás”... Será que ainda é válido reclamar? Ver-me como uma ilha, querer concretizar meus planos, meus sonhos, interceder por um coração que já está frio?

Somos pequenas ilhas, como assim eu pensei, ao observar as estrelas, numa noite qualquer em que eu estava deitado na areia molhada da praia, sentindo o mar tocar-me. Deitado lá eu comecei a indagar sobre as milhões de estrelas que nascem e morrerm e ninguém não está nem lá! Nas possíveis outras trilhões de galáxias e seres extra-terrenos existentes (ou não), nos seres terrenos egoístas que se acham os donos do mundo. Assim como eu me acho e você também! Pequenos mundinhos com as mesmas derrotas, vitórias, felicidades e tristezas, só que camufladas com experiências e intensidades adversas.

Eu me pergunto se Deus realmente escuta tudo isso ou tapa seus queridos ouvidinhos e manda todos se danarem! Eu na sua terrível falta de paciência faria isso.

Recordo-me dessa conversa que tive com essa conhecida, e puxa vida, agradeço tanto a Deus pela vida dela, ela não sabe o bem que tem me feito e como tem me acalmado e ensinado em tão pouco tempo. Talvez ela seja mais madura e decidida do que pensa, mais crente e serva de Deus do que muitos que conheço, inclusive eu. Talvez ela seja mais mulher do que muita mulher que conheço, ou muita menina que tenta ser mulher mas que não passam de pequenos seres egoístas em seus mundinhos de faz de conta!

Tudo que eu tenho a fazer é interceder por mim mesmo e que a maravilhosa graça de Deus tenha piedade de mim, do ridículo pecador que sou! Só sei que a cada dia eu reconheço cada vez mais que não sou nada, e que quem sabe através de mim, desses meus relâmpagos ou lápsos de delírios espirituais, possam encontrar alguma verdade que os instrua ao caminho correto! Porque eu procuro isso todos os dias!

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