terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mãos Pequenas

Ao som de "Nalgum Lugar" do Zeca Baleiro



Claridade,
Pois prefiro escrever sobre a oposição da própria dor, o prazer na dor
Felicidade,
Pois é este um dos principais objetos que cada ser quer alcançar
O ser,
Qualquer coisa que não se sabe dizer
Introspectividade,
Afundo-me em mim mesmo para depois me perder em conceitos fúteis
Em palavras redundantes, em corações disparados;
Companhia,
Tenho eu em demasia
Mais ainda assim uma pontinha de desejo me corrói
Sempre “eu eu eu”
Canso disso, assim como sempre “você você você”
Porque não “nós nós nós”?
Jamais! Somos egoístas demais para tal feito;
Redundância,
O que me motiva a escrever
Insistir em guardar lembranças por você e de você
Pois tudo que mais quero é fazer oposição
A qualquer forma de dor, escuridão, objetos em massa.

Tem muita coisa por aí que detesto
Tem muita coisa que detesto por aí que quero
E tem muita coisa por aí que detesto que quero e não quero
Minhas várias almas ainda clamam por sensibilidade alheia
Não esqueci o futuro que projetei
Como um arquiteto cego, sonhando com as linhas que faria
Pois eu queria ir aonde você vai
Queria sentir o que você sente
Um puto nostálgico, um bruto romântico
Ao mesmo tempo que cativa, dispersa
Estou cheio, saturado, como num experimento químico
Explodindo e ao mesmo tempo em que destrói, cria, produz vida
Sou espíritos que perambulam pelos séculos
Escrevo versos em demasia
E cada um deles é independente, no entanto intercalam-se
Assim como meus toques
Minhas palavras de injúria, de saudade em te querer aqui
Caramba! Como sinto falta!
No entanto, cada palavra recíproca me escancara, despedaça.

Tem muita coisa que não suporto
Tem muita coisa que queria poder oferecer
Como assim disse Zeca Baleiro
Ninguém
Nem mesmo a chuva
Tem mãos tão pequenas.

Quero ir aonde você vai
Odiar o que você odeia
Sou em demasia um lunático querendo sempre um pouco mais.

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