sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Trocadilho

Vivemos uma eterna guerra de interesse, primeiramente dentro de nós mesmos e depois com o resto ao nosso redor. A democracia quanto um ideal, assim como a liberdade de expressão, são na verdade formas de oprimir o ser. Sempre que desejamos mais, queremos mais e até mesmo romper com nossos dogmas, temos os nossos “incisos”, assim como a constituição do nosso país. Ou seja, fazendo uma ponte entre política e o ser como algo individual, vivemos aquilo que criamos o que somos e criticamos. Revoltamos-nos contra nós mesmos, pois o que está ao nosso redor é reflexo da nossa vida, do que cultivamos e adoramos. Somos os seres opressores com algo que lembra liberdade, que, no entanto não é... Apenas o senso da mesma.

Tudo é utopia!

...

Certo dia, acordei, e percebi estar preso em mim mesmo. Mas como? Lembro-me ter passado dias observando, por longas horas, as vezes me pegava olhando para a parede, babando, pensando em como é estúpido todo o ser, qualquer um, desde mim, passando por meus pais, o resto do mundo e até mesmo aqueles que vão de frente para um púlpito qualquer.

Pensei sobre a cede da mudança de comportamento, sobre a possibilidade de realmente existir a metanoia, uma mudança de comportamento? Isso realmente existe? O egoísmo mata! A arrogância e ganância são aplaudidas como formas de caráter geniais. Não há nenhum que se salve por seus próprios méritos, pois os méritos são humanos e logo todos nós mereceríamos estar podres! Observei tanto crentes, como espíritas, ateus, agnósticos, bêbados, fanfarrões e pessoas aparentemente normais... Exemplos para toda uma sociedade de mentes perdidas, sendo esses tais exemplos descontentes com a vida sublime que eles mesmos escolheram. Quer egoísmo, arrogância ou ganância maior que essa?

Cada ser é, digamos assim, livre para fazer a escolha que bem entender, mas eu observei mais uma vez, A LIBERDADE NÃO EXISTE! Assim com a expressão que é reprimida, tanto por mim como por qualquer um. O que a reprime, ou nos reprime são os valores que tanto nos agarramos, nossos amuletos, nossos alicerces. O preconceito é um valor, temos tantas minúcias, tantas coisas cansativas; o ser em si é um valor, um deus asmático pregando no deserto mais árido, ou, para cadáveres sendo devorados por vermes e abutres.

Eu definitivamente cansei, porém não banalizei, apenas cansei.

Não existe vida! Existe apenas um pequeno feixe de luz saindo por uma rocha. Uma grande rocha.

Isso não é falta de fé, na verdade é o excesso dela. Pois digo, viver, eu não quero mais, desejo mais que nunca estar com o Pai! Se for pra cair em tentações e repetidas vezes dentro do egoísmo, arrogância e ganância que eu quanto ser humano estou destinado a possuir, se é para cair nessas garras da vida e ficar nesse ciclo vicioso de tentativa de ser santo, pois Deus me leve logo, pois estou fatigado de mim mesmo, assim de qualquer outro semelhante meu! Nada mais me surpreende, na verdade nunca surpreendeu, somos uma “piada de Deus” como o próprio Moska outrora re-gravara uma música de Drexler.

Não pertenço a ninguém, não sou nem de mim mesmo, muito menos daqui... Descobri que não nasci para ser amado por muitas pessoas, sou de poucos, raros na verdade. Tenho algo como uma loucura dentro de mim que gritam palavras fora dos limites que até eu mesmo achava poder suportar, palavras que se eu for atrás irão me fazer sublimar, evaporar.

Nada existe! Tudo a nossa volta é fruto da nossa insistência em querer existir, mesmo esse querer sendo errado (e o que é errado?). Eu cheguei à conclusão de que não sou daquilo ou de qualquer outro coisa existente. O amor que possuo é distante da realidade romântica em que estou inserido e fatigado, que é tola e desesperada por afeto, seja este como for, onde for à posição e status quo. O amor que almejo está na quebra dos limites do ser humano, na fragmentação da sua mente, do seu “eu”, está no mundo das idéias onde não há seres, nem utopias, onde não há nada!

Não existe vida!

Não existe democracia!

Não existe ser!

Não existe paladar!

Não existe prazer, tampouco sexo! Existe apenas o egoísmo, arrogância e ganância de sempre querer mais, mesmo esse querer sendo errado.

Porém, eu sou humano, estou nessa bolha material do tempo, instigado a viver nela até o dia em que Deus resolver me levar e por isso, a esperança fica. Como uma ironia que vem para completar a piada feita para mestres. Eis que tudo tem se mostrado ser o melhor dos trocadilhos, pois viver é um “trocadilho”. Aturar mentes, comportamentos, manias, e ver como somos burros, é sim um “trocadilho”. Assim como suspirar por novos céus e algo que deixe quente o meu coração. Seja uma ideologia, seja um amor ou a mais simples vontade de sentar debaixo de um coqueiro e escutar o som do mar... Andar sob a chuva.




obs: Férias da faculdade e por algum tempo daqui também! Paz a todos e que o Santo Espírito de Deus possa levar as Boas Novas de sua graça aos corações de quem quer que seja!

Até algum dia.

2 comentários:

JeFF disse...

Pow...gostei cara...é de fazer pensar...como é natural de teus textos...
esse ainda deixou um q de quando voltas? xD
paz

Alessandra Castro disse...

Achu que soh vou me livrar quando sair dessa cidade. Sinto-me presa a maresia de são luis ainda.