quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sobre a cassação

"O homem é por natureza um animal político." [Aristóteles]

Vou sem bem direto quanto ao que me veio à mente para escrever. Sim, EU SOU A FAVOR DA CASSAÇÃO DO NOSSO ATUAL GOVERNADOR! Por quê? Bem, talvez eu use jargões do tipo “tanto ele como a sua adversária (que todos sabem quem) são iguais” ou ainda “política no Maranhão não existe e sim valorização dos que têm mais rabo-preso e politicagem em demasia”.

Sim, eu sou a favor desta bendita cassação. Não me passa pela mente de que o Estado pela primeira vez reivindicou e participou de mobilizações em prol da “libertação partidária ou oligárquica”. Sou cético e centrista o suficiente pra dizer que o nosso atual governador quando era candidato, foi na verdade o “mal necessário”. A quem diga que aqui na capital os reflexos de seu governo não são tão vistos, porque ele está agindo em todo o estado, em órgãos e corporações que antes não eram levadas em consideração.

Eu penso que, o que fazem no poder não deva ser matéria de aplausos ou admirações, e sim de única e exclusivamente obrigação! Desde que coloquem comida na minha mesa, me dêem segurança e paguem minhas contas, eu sim votarei. Parece uma boa duma lei da oferta e compra, mas o que a política no mundo se não isso? Eu não me iludo em achar que o povo tem grande parcela em lutar por seus ideais. Tem sim, não os isento disso, mas, dizer que o mesmo escolheu o atual governador por conta de suas propostas e por votar de forma consciente? Não, acredito na vertente “ele era apenas o menos pior”.

Se fosse dessa maneira, a minha cidade não elegeria o que hoje é prefeito, que no período da ditadura militar havia se aliado aos mesmos, mandado bater os estudantes até mesmo aqueles que não estavam em manifestações algumas. Distribuindo leite porronca para a população, arroz e feijão com bicho, onde água era alvo de calamidade pública, onde a liberdade de ir e vir e opinião própria era matéria de cadeia. Se fosse por verdadeira mobilização popular, o outro candidato seria eleito, e vocês sabem quem, não é necessário citar nomes. Em troca o que foi taxado? De que este mesmo candidato tinha apoio dos Sarneys’s. Eu me pergunto mais uma vez “E daí?”. Parece que ser político nessa minha terrinha e em todo o país virou termo de estilo de vida e caráter não mais uma profissão, onde eles são meros mordomos de nós “povo”.

Sim “povo”, a massa é burra, eu e você somos burros, por isso não me iludo de que o governador sendo cassado, a câmara dos deputados e adjacências enfiará nas nossas cabeças, ou pelo menos na da maioria, que a adversária será eleita. Somos burros politicamente por manter uma câmara de deputados corrupta, por estarmos habituados ao estado gritante de cinismo não só no Estado, mas também no país. Somos culpados por nossa casa, nosso lar, nosso Estado ser um curral de politicagem. Somos culpados por existirem Sarney’s, Collor’s, Dutra’s, Ferreirinha’s e ainda mais, Lago’s da vida. Todos estes estão na mesma cronologia de corrupção, enquanto um estava no poder e mais evidência o outro estava na base fazendo as suas tramitações.

Assim como a nossa mídia, tanto nos periódicos como nos televisivos e nas rádios tem papel erradico em subliminarmente afirmar que quem é a favor da cassação é favor da “guerreira”. Eu digo que não! Sou a favor de uma nova votação direta, se o povo realmente tem algum poder, lute em prol da cassação e lute mais um pouco em prol de uma nova Diretas Já, pois só falta um ano para que o mandato do mesmo acabe. Provando de uma vez por todas que a nossa constituição é interpretativa, inválida, falha e cheia de incisos que não favorece a nós e sim a aqueles que estão no dito “poder” que são os mesmos a ponto de se matar e dar golpes atrás de golpes para se manter a salvo. Você acha justo dar um apartamento para um favelado sendo que o mesmo tem de pagar condomínio, água e luz? Quem recebe apenas um salário mínimo numa comunidade onde impera a marginalidade e o subdesenvolvimento, não tem condição de manter a residência que ele recebeu como “presente”. O que vai acontecer é que esse mesmo morador irá vender seu presente e voltar a ser favelado, palafitado para ter o que comer e se manter a família.

Se foi golpe ou não isso não me importa, querendo ou não o mundo é dos mais espertos e cheios de jogo de cintura, e, como outrora havia dito, de quem tem mais rabo-preso e influência nas respectivas casas de poder. E fico triste em afirmar isso.

Pierre Bourdieu foi muito enfático ao afirmar: “Ainda que os agentes comprometidos com o campo jornalístico estejam, de certa maneira, englobados no campo político, em cujo interior exercem efeitos muito poderosos, esses dois campos têm em comum estarem direta e muito estreitamente situados sob influência da sanção do mercado e do plebiscito. Daí decorre que a influência do campo jornalístico reforça as tendências dos agentes comprometidos com o campo político a submeter-se à pressão das expectativas e das exigências da maioria, por vezes passionais e irrefletidas, e freqüentemente constituídas como reivindicações mobilizadoras pela expressão que recebem na imprensa.”.

Ou seja, aqui, na realidade em que estamos inseridos, numa cidade que é o ponto final do país, num Estado onde o desmatamento da Amazônia legal é alarmante, onde o nível de analfabetismo, prostituição infantil, desemprego, subdesenvolvimento e trabalho escravo ainda são problemas nem um pouco resolvidos, eu duvido muito que a imprensa se mobilize para fazer a sua parte enquanto comunicadora, ainda mais por aqui sermos reféns de várias “verdades”. Tanto a politicagem como a imprensa são mercados neste Estado. E não é porque por conta de uma família que ficou no poder por 40 anos que os índices não deram aumento significativo e que por agora com o atual governador sendo cassado que isso se sucedeu. Não! Repito, se os índices crescerem foi por simples obrigação que o mesmo tinha para com o povo, que a meu ver o elegeu por ser o “mal necessário”, apenas para não pôr alguém de uma família que já sabemos a procedência. Eu mesmo só resolvi não anular meu voto no segundo turno por conta disso.

Sou baita dum centrista e cético em não crer em quase nada que meus olhos podem ver e meus ouvidos ouvirem. Mas também não sou um do tipo “em cima do muro”. Sou apenas o que tenho de ser, um simples estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, numa faculdade que me faz sentir num eterno ensino médio.

5 comentários:

Nanda Assis disse...

n posso opnar.
bjosss...
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Nadezhda disse...

"numa faculdade que me faz sentir num eterno ensino médio."

Isso é terrível.

;)

Bruna Mesquita disse...

A politica,virou piada,virou comodismo,e palhaçada,hoje qualquer pessoa pode se eleger,e os eternos porlitocs como Collor,e Sarney,sempre serão sarna,porque somos condizentes com isso,quando a população pensar e tomar ártido que votando mal e não cobrando continuaremos na mesma,elegendo quem só quer beneficio,e roubar seu povo sem se importar com os nossos direitos e bem estar.

Alessandra Castro disse...

Olha, eu assumo minha total posição de em cima do muro. Tanto faz, tanto fez. Vâmos todos morrer mesmo.

Unknown disse...

Sou mortalmente contra a cassação. Apesar disso, reconheço que o Jackson Lago é uma decepção para a maioria das pessoas que votou nele (para mim não, já não esperava grande coisa). Mas me irrita um pouco o fato de termos o retorno da filhotinha assim, na maior...