sábado, 14 de novembro de 2009

Acorda!

Ao som de "Amanhã" da Oficina G3



Sou um cara doidão, maluco, fora do comum e me orgulho disso. Não querendo ser prepotente ou mostrar aquilo que querem que eu queira que vejam muito menos conseguir um status como “doidão, maluco, fora do comum”; são coisas que simplesmente eu sou e não escondo. No entanto, eu também sou algumas outras em peculiar, e essas, por mais que não façam jus a um cara como eu, essas tenho mais orgulho em dizer que sou. Por mais que algumas vezes eu permita uma cor acinzentada ofusque essas características, eu o sou e relevo sempre que possível para o meu bem e o bem daquele que ta do meu lado, que lê meu blog e que antes de tudo: Espero que venha a conhecer a Deus! Sim, Deus! E por que não?

Ontem, 13, tive um bate-boca muito louco com minha mãe sobre perfil de cristão. Infelizmente ou felizmente, eu nunca segui um padrão, nunca pareci ter essa casca que as pessoas dizem “tu tem cara de crente”. Sei lá, sempre fui “Lado B” demais, até porque para não me sentir tão sozinho, comecei a ofuscar isso como forma de ser “sociável”, apenas mais um sorriso escancarado por aí. O tempo vai passando e percebi a total perda de tempo para tanta afetividade e como são bestas as atitudes vistas por aí, seja por aquilo que se considera racional ou emocional. Meus relacionamentos nunca duram mais de três meses porque eu penso mais do que sinto, minhas amizades são como o relâmpago que vem e vai e não sinto falta delas, e sim apenas de ter uma boa conversa.

Pois bem, estava eu discutindo com minha mãe sobre esse tal perfil e me veio à mente a indagação sobre o que seria “um perfil de crente”. E cara, esse tal perfil na minha cabeça ta longe daquilo que vivemos, dessa enxurrada de gente doida e fanática, de gente que só fala em igreja em culto (nada contra), mas que se indagado sobre qualquer outra coisa ou até mesmo si mesmo começa logo a gaguejar. Pra mim o perfil que relevo ta intimamente ligado ao que Deus quer de você e a disponibilidade que se deposita no próprio Nele em ser essa tal coisa. É incrivelmente agradável quando tal coisa acontece, e sim, a razão diz respeito à fé e culto não é só igreja e sim a partir do momento que o olho abre e a ciência em estar vivo é tida.

Meu perfil de crente é simplesmente uma pessoa que não está dentro de nenhum contexto. Uma pessoa inconformada com qualquer conceito e forma de inteligência que tenha por aí. Uma pessoa extremamente critica, mas que respeita o espaço e as diferenças alheias. Sabe viver em sociedade, não se priva de nada, mas mantém o respeito por si próprio e daquilo que é sobre aquilo que sente necessidade de mostrar e não guardar para si mesmo. Não que a vida em si tenha de ser um espelho, mas que no mínimo seja possível tentar ser um espelho. Sem essa idéia de mostrar aquele tipo de pessoa tentando ser perfeito e sim uma pessoa cheia de buracos que também tenta estar próximo de Deus sendo sincera consigo mesma. Esse é o meu perfil de um cara ou pessoa que se diz crente, seja ele jovem ou não. Antes de tudo a pessoa tem de ser cara-de-pau e fora de série, gostar de ler e toda literatura possível, ser flexível e tolerante para ser melhor, sempre ser melhor porque o servo de Deus é melhor por excelência.

Penso que o contexto no qual a igreja, o crente o que quer que seja está inserido ta totalmente deturpado. Piadinha atrás de piadinha, gente que prefere o prazer do momento a algo de longo prazo e distante dessa matéria, que conforme os segundos passam, vai morrendo e se deteriorando. Assim como o ar leva as palavras para o opaco, o vento e o tempo leva a melanina, a vivacidade da juventude, do gás que se põe e se cultiva sobre aquilo que depositamos valor. E o que é valor?

Pergunto-me e te pergunto o que é valor porque parece que tudo ta mais de cabeça pra baixo do que nunca. É claro que as coisas são mutáveis, mas não é possível que ao menos uma não seja absoluta, no mínimo para que exista um referencial, algo a seguir e se lembrar qual o alvo, o que ser e o que não ser. Lembro-me da passagem em Eclesiastes capítulo 11 versículo 9: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas”. Cara, isso pra mim é o maior valor de todos, pois eu sou jovem e no alto dos meus 22 anos, mesmo sendo aloprado por natureza, sem esconder nem mesmo um erro torpe que seja, eu tento mostrar que é possível se achegar a Deus, esse ser quase épico para alguns.

O fim ta chegando e o que tu tens feito com o que é considerado valor? Porque depositar esperança e quantidade significativa em algo que vai pra terra junto contigo? A essência humana não morre com a matéria, com a carne, mas pra onde tu vais ou pra onde tu queres ir no dia que chegar tua vez? Ou tu achas que tudo se resume ao agora e o resto que se foda?

Meu nome é Marcos Atahualpa, sou de São Luís do Maranhão. Nordestino filha-da-mãe, doido, de família protestante, de igreja desde que me entendo por gente, no entanto inconformado com muita coisa. Até mesmo com o que rola dentro das igrejas hoje em dia, das várias doutrinas anti-bíblicas e seus bancos abarrotados de pessoas buscando um deus que mais parece o gênio da lâmpada mágica. Ou uma igreja que mais parece um terreiro de macumba do que aquilo que deveria ser um ambiente de confraternização e compartilhamento da razão e ensinamentos divinos.

Pensei sobre isso e resolvi postar aqui. Vou dar um tempo nesse blog, no sentido de escrever menos e me dedicar mais a alguma forma de contextualização, procurar novos livros, ambientes. Ando mudo demais, sem amigos (pessoas que eu pensei que pudessem valer à pena são na verdade tão vazias quanto uma puta), amores, passatempos e tudo mais. Reciclagem faz bem ao ser humano. Paz a todos e quem ler isso aqui, reflita no que você é ou no que valoriza.

Té o próximo texto.

4 comentários:

Marcelo Mayer disse...

vc é como todos nós. todos nós somos joão, marcelo, pedro, rita, beatriz, jesus, hitler...

M. A. Cartágenes disse...

Tem certeza que entendeu o que eu escrevi?

Dani Pedroza disse...

Eu concordo com vc que a relação com Deus não deve ser uma relação de cima pra baixo, baseada em obrigações, ritos, símbolos. Acho uma pena que as pessoas precisem criar uma figura enraivecida, opressora, vingativa pra poderem se sentir obrigadas a serem boas, a terem fé. A sua religiosidade deveria movê-las, não o medo do "purgatório". No fim das contas, vejo que a maioria das pessoas que se diz cristão quer mesmo algo que os governe, que os obrigue a controlar seus próprios instintos. É realmente uma pena, mas enfim...

Quanto a investir em posts mais "embasados", confesso que gosto desse ar de conversa consigo mesmo. Sempre acho interessante poder estar diante dos pensamentos de alguém de forma tão direta, genuína.

Bjs.

Desmanche de Celebridades disse...

Somos várias coisas diferentes ao mesmo tempo. É como se vivessemos numa linha tenue entre o claro e o escuro. O ser humano é dialetico, feito de oposições.