segunda-feira, 29 de março de 2010

Como uma muralha

“... o dever de orar sempre, e nunca desfalecer” Lucas 18:1



O que realmente interessa em meio a tanta individualidade? Eu posso me incluir neste lisonjeado grupo porque eu sou individualista demais, tanto, que perco muita coisa que não posso nem deveria.

Orar para nunca desfalecer, e o que é orar se não um diálogo, exposição de quem se é e o que se quer, aflige, ambiciona, sonha, enaltece, planos e conjecturas sobre o agora e o futuro? Certa vez eu ouvi uma música que dizia assim:
Eu acredito em você
Ouça a Minha voz
Te estendo Minhas mãos
Meu amor é incondicional
”. Ultimamente tenho usado muitos trechos de músicas, na verdade eu sou movido à música e escrevo debaixo do impulso e intensidade dela. Essa por acaso é a Incondicional da banda cristã Oficina G3. Tá certo que o tempo deles já passou, mas esse ultimo disco (Depois da Guerra) mesmo estando bem pesado, em se tratando de som dito cristão, tá com umas letras muito boas.

Essa música em outras questões fala diretamente de um Deus tentando dar uma oportunidade a um servo teimoso ou que tenta fazer debaixo dos seus próprios esforços o que não é possível. É aí que o lance de “oração”. Oração é entrega, é dividir o fardo, é mostrar-se integro e extremamente sincero diante de algo que não se pode ver nem ouvir... Apenas em secreto aqui no coração, totalmente contrito e certo de que a graça virá.

Pode parecer escroto eu estar dizendo essas coisas, talvez porque eu seja tanta coisa ao mesmo tempo, que escute vez ou outra que não possuo um foco e todo aquele blábláblá de quem espera ou quer ter uma razão. Na verdade, eu realmente não to ligando pra muita coisa, os valores são muitos, mas este em especial eu guardo com cuidado porque está cada vez mais escasso encontrar tal coisa ou pessoas voltadas para isso.

E o que é desfalecer se não perder as forças ou desanimar? No que se desanima ultimamente? Qual seria o principal motivo para a apatia e o surgimento de “N” crenças, doutrinas, pessoas totalmente necessitadas de paz, um refugio que as possa coagir ao bem-estar próprio? Quem sou eu diante dessas críticas; apenas um mero observador curioso. O próprio Cristo foi muito enfático e objetivo ao dizer "Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai se não por mim"... É uma questão de fé, lógico que sim, mas penso que essa mesma fé vai além de um simples esforço em crer. Talvez diga respeito única e exclusivamente a viver, viver em ambundância... Não é isso que tanto querem? Talvez isso fosse liberdade sem desfalecer? Acredito que sim.

Observo ultimamente pessoas totalmente tensas camuflando suas intensidades com sorrisos que sequer escondem as precoces rugas. Observo tanto choro, tanta clemência, desespero e histeria sem realmente existir um motivo, como se houvesse uma reação em cadeia, um vírus ou entidade que as controlasse a fazer tudo igual.

Uns exigem liberdade, outros pregam liberdade, outros se dizem ser a própria liberdade e mais ainda, estarem livres por não prestarem conta a nada nem ninguém muito menos a si mesmos. Para mim isso é um desfalecimento progressivo, algo que vai levando ao “acaso”, porque o “acaso” é a apatia perante as coisas que não se podem ver, mas que existem.

Não sei, pode parecer um tanto confuso, mas tudo que se precisa hoje em dia são tapas na cara, como quem está dormindo enquanto berra em meio a um forte pesadelo. Acordar para o que está ao redor e para si mesmos, usar mais a razão e menos sentimento, ser mais atento para perceber enquanto a dádiva está ali à espera de quem possa agarrá-la. Enfim, disso aqui se podem tiar várias concepções, escolha a sua.

Um comentário:

Dani Pedroza disse...

Acho que o grande lance não é nem usar mais a razão que o sentimento, mas inventar uma razão sentimental, um sentimento racional. É, querido, é o equilíbrio, quase um paradoxo quando o assunto é ser... humano. Bjs.