quarta-feira, 21 de abril de 2010

Peito nervoso

Derreto por conta das gotículas d’água que atravessam a janela aberta
Com alta velocidade, vento na cara, sensação de liberdade
É como morrer de ansiedade por querer correr para braços abertos sem conseguir alcançá-los.

É desfalecer gradativamente
É desinibir a nudez e mostrar-se saturado
É correr contra uma multidão na esperança de afrontá-la
É dizer para moça que merecer ouvir: “You have always been my safe home”.

Estou longe de ser saudável
Estou longe de ser ao menos um protótipo
Estou longe do molde de gesso
Estou longe de qualquer coisa que realmente seja seguro.

“Eu gosto é do estrago”
Eu sou o estrago
Sou a murrinha
Sou a ferida
Sou o pus.

Se não posso ser segurança
Então te apodera de mim e se estrague também
O que é torto é torto
O que é humano é humano
O que é demasiado e extasiado também está fadigado de dizer à parede: “Você é minha melhor ouvinte”.

Engraçado como pequenas coisas não nos deixam satisfeitos
Mais engraçado ainda como as maiores e menos importante sejam assim tão supérfluas
Essas sim, acatamos.

É tudo um grande refúgio
Um “adeus”, um porto seguro, uma proteção
Tudo é apenas esperança
O fim do fim, o beijo de despedida
A oração antes de dormir
Coração contrito
Último... resquício...
Ceticismo batendo a porta em forma de salvação.

Ternura, quanta ternura
Mãos estendidas, estômago revirado
Olhos inquietos, suor frio
Pés nervosos mãos agitadas
Coração disparado
Uma única palavra “Onde?”.
Venha até mim ser imperfeito
Que mora nos meus sonhos
Insistência do meu músculo pulsante entre os pulmões.

Você, ansiedade que me mata
Gosta comigo do estrago
Gosta comigo do condenado
Gosta comigo do que é nada
[...]
Estar sozinho, ser sozinho, coração palpita com mais apetite por conta disso.

Um comentário:

Dani Pedroza disse...

"Estar sozinho, ser sozinho, coração palpita com mais apetite por conta disso."

É como se fosse uma preparação. Um prenúncio, talvez. Do quê? Vai saber o que (ou quem) está por vir.

Bjs.