Ao som de Thirty-Three da The Smashing Pumpkins
- A vida é como uma caixinha rodeada por cadeados com arestas pequenas
As arestas servem para colocar as chaves, e as chaves são as pessoas
Cada pessoa tem o seu poder de cura, sua parcela de culpa - Seu poder de atrair e repelir
Cada casa é como a união de vários tijolos
Eu reconheço que uma casa não posso construir só
Preciso de outras mãos dispostas a edificar algo que no mínimo esteja também disposto a durar
Cada parede precisa de uma argamassa
Não posso ver a argamassa como o véu que está cobrindo os teus olhos, muito menos como a forma de proteção a qual encontraste para se privar do desejo
Posso apenas afirmar que a parede precisa ser lisa, sem ondulações e caso as tenha, nada que uma lixa não resolva
Assim como os pisos anseiam os pés para que os pisem - Cada ser precisa andar por si mesmo
Imagine-se como uma residência sendo arquitetada e levantada com todo esmero
Cada cor colocada em cada parede tem um sabor sinérgico, cada piso tem uma textura própria, cada cômodo tem personalidades conflitantes, mas essenciais para que eu me sinta parte de determinadas arestas
“Eu gosto é do estrago”
“Eu gosto é do gasto”
Eu gosto das rugas, das ondulações, dos buracos, das paredes com argamassa mal posta, da parede torta, do reboco fofo, do portão enferrujado
Eu gosto dessas arestas teimosas e zangadas cheias de vontade de controlar o “tudo” sem ao menos terem controle sobre si
A vida é como uma caixinha, e as pessoas que são as chaves fazem copias na espera para serem encontradas
Tudo na insistência e no crer de que assim que encontradas possam ser guardadas com todo cuidado e zelo, e por mais que ela se perca aqui e ali, sempre apostar ser a certa para abrir a porta principal
A porta de “boas vindas”, a porta da sala, por onde a luz entra, onde eu possa esperar dia após dia.
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