terça-feira, 2 de novembro de 2010

Todo ser é uma autarquia arrogante esperando o afago alheio e egocêntrico

Ao som de If You Fear Dying do projeto paralelo de Zack de la Rocha, On Day as a Lion




Funciono melhor a noite, madrugada adentro. Logo agora que estou usando óculos, consigo ficar acordado bem mais tempo que o costume; bem mais tempo que a insônia me permitia antes.

Nesse estado de acordado noite adentro a mente parece que se articula melhor: leio mais, escrevo mais, penso mais, fico mais hiperativo que de costume também. Numa dessas noites tava reprisando um episódio recente na minha vida intima. Discuti com uma pessoa que simplesmente não tem sombra de preço pra mim, ela é uma das ou a mais importante na minha vida no momento. Mas, foi uma discussão que teve lá sua relevância.

Descobri em meio a esse tanto pensar um estado de “ausência de culpa”. Não é prepotência ou arrogância em se achar ou colocar-se como detentor de algum ponto de vista sempre certo e pimba! Não é bem por aí. Tá mais no sentido de isentar-se de sentir certas coisas em um determinado tempo e espaço.

Discuti com essa pessoa por motivos que nem convém dizer por aqui, mas, discuti porque tentei alertar, tentei cuidar. Confesso que bem aí nessa segunda característica do contexto eu falhei. As pessoas querem sentir-se cuidadas e zeladas, mas detestam quando alguém faz isso, principalmente se vai de contra aos seus próprios interesses dentro de um tempo e espaço que dizem respeito a esses interesses em particular.

Fui mal interpretado, visto como o bruto, arrogante, insensível e etc. Magoei? Nem sei, talvez sim! Não sou bom com palavras verbais, meu negócio é escrever. Queria aprender libras e discutir dessa forma, assim só eu falo, só eu sinto, só eu entendo. Tudo que queria era proteger e evitar o que pode ser evitado. Entretanto, ninguém consegue entender ou ver isso, e se assim o fazem e conseguem simplesmente optam em ignorar e continuar na vontade própria.

Quem em sã consciência acataria tudo que outrem assim o faria ou diria deliberadamente apenas por dizer e fazer? Seres humanos são cômicos, complicam tanto e depois ainda complicam mais um pouco para continuarem a ter aquela emoção no fim do dia. Desculpa pra afirmarem: “Ah! Oh! Eu me sinto tão vivo! Adeus reles realidade.”.

Ausência de culpa tá no contexto de não apenas em não se arrepender do que faz, mas manter a postura de antes por mero orgulho viril. Ausência de culpa acredito eu, está na convicção e não titubeação dos atos passados presentes e vindouros. Ausência de culpa tem lá seu efeito colateral, você fica mais sozinho porque arrisca sempre algo que tem valor inimaginável para si. E eu arrisquei sabendo do perigo. Arrisquei porque um dia, quem sabe, pois tenho pra mim dentro da minha esperança, essa e outras tantas arriscadas de outros contextos mais possam ser entendidas.

Todo ser humano que se preze tem sua ausência de culpa, umas certas outras erradas. As erradas presumo que sejam pela burrice, as certas pela simples e deliberada vontade em dizer de outra forma bem egocêntrica: “Eu só quero evitar que você sinta dor de novo!”. Puta melação do caralho essa! Essa história toda é, em qualquer contexto e texto, uma grande porcaria!

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