segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Inspirando a alma, desafiando a fé

“Quem quer luz solar em seu quarto deve abrir uma janela; essa abertura de janela é uma condição necessária, mas somente o sol é a causa suficiente para a iluminação da sala. A condição externa é necessária para que a causa interna possa funcionar.”
     Huberto Rohden (EINSTEIN: O Enigma do Universo; Editora Martin Claret, 2007)


    Ultimamente tenho prestado atenção em muita coisa que lá no meu íntimo não são novidade, no entanto, não deixam de incomodar, me pedindo para estar alerta e sempre “vigiar”. Ando observando que o desânimo tem tomado conta, a apatia parece ser uma bactéria silenciosa e mortífera, a crescente teofobia (ou se preferir, aversão a qualquer doutrina bíblica) e por fim o surgimento de vários opositores à mensagem da cruz e Daquele que foi nela posto e hoje, pela fé, creio que reina eternamente no Céu, está conquistando espaço.

    Ultimamente tenho prestado atenção que o ser humano tem buscado sem nenhum filtro qualquer espiritualidade que seja. Quem sabe uma forma para se redimir para se justificar, se espelhar e servir de modelo. Ando observando que o conhecimento em ciências e filosofias está cada vez mais forte. Não que estas duas últimas sejam erradas, até porque Deus nos deu condições para termos domínio sobre tudo que está na Terra através da habilidade de produzir, de pensar e o dom de raciocinar pelo que para nós for melhor. Entretanto, eu fico me perguntando: será que tanto conhecimento não seria mera vaidade?

    Estou participando de um grupo de estudo chamado “Sinais de Vida”. Se você for perguntar para qualquer pessoa quais seriam os sinais que alguém apresenta que demonstre estar viva, com certeza responderiam o óbvio: os sinais vitais trabalhando em conjunto de maneira perfeita, quando os órgãos internos estão em pleno funcionamento e ainda mais porque todos têm um computador interno chamado “cérebro”, que codifica e descodifica tudo que precisamos saber ou desbravar no mundo das ideias. Até o presente momento já foram estudados cinco Sinais.

    Cada um desses pontos está sendo enriquecedor. Primeiramente a mim enquanto pessoa por conseguir reconhecer o quanto eu era igual à água morna (a água morna é conhecida por ser eficaz em causar vômito), e, também pelo fato de ser meu papel enquanto pessoa impactar a outros de maneira positiva. É dever do cristão levar a boa nova da salvação, a paz e alegria que só reside em Cristo a todos sem distinção!

    Contudo, tenho visto que cada vez mais esse dever, na verdade, esse privilégio, que é o de impactar positivamente a vida de pessoas refletindo a pessoa de Cristo, está se transformando em algo banal e sendo corrompido por alguns, que ao invés de ser em benção estão sendo usados para desgraçar a vida e esperança de milhares. Dia desses estava lendo uma reflexão, cujo autor eu desconheço, que retrata bem o porquê da soberba e egoísmo de muitos.
    “O problema de toda a cristandade moderna é que ela não vive com a profundidade e intensidade suficientes a nova vida que está em Cristo. Por outro lado, a pluralidade de correntes de pensamento com referência à escatologia tem trazido muita confusão, fanatismo e desvios que dão origem a seitas extravagantes. A uma forma arrogante com que muitos apresentam hoje certas correntes de interpretação, ou ainda de leitura profética é verdadeiramente lamentável. [...] A tarefa da teologia cristã em nosso século deveria ser, em primeiro lugar, aprender com os erros e excessos do século passado. Qualquer meditação teológica tem que ser realizada com responsabilidade. [...] Omitimos os temas proféticos da pregação e assim, mutilamos o evangelho, deixando de ensinar o que Jesus chamou de ‘todas as coisas que vos tenho mandado’.”.
    Está por vir um tempo em que a apatia, afasia e rejeição total pela Bíblia serão lei, mais do que já tem sido! Já podemos observar a explosão de igrejas onde cada uma prega o que bem entende enquanto que o evangelho (ou boa nova de salvação), de acordo com a inspiração que Deus dá mediante a Bíblia à saber a mensagem da cruz e salvação somente por meio de Cristo, é frequentemente posto de lado. Vemos pessoas sedentas por algo que as alivie, o consumo do álcool é exorbitante, doenças proliferam com uma rapidez gigantesca de continente para continente, os fenômenos naturais estão cada vez mais instáveis, guerras, crises mundiais, o conceito de família sendo deteriorado progressivamente... enfim, tudo isso só vai piorar e não importa o quanto você se esforce para criar um mundo melhor, o que está posto está posto. Penso que é tempo de reciclar e reafirmar valores e prioridades tendo como alvo as coisas do Alto e não mais qualquer corrente de pensamento que apareça como revelação ou solução final. A solução final é Cristo, mas desde que o mundo é mundo poucos escolheram por Ele!

    Observo pessoas que sabem ter sido resgatadas, mas nunca chegaram a saber para quê. Observo a loucura tomando conta e somente alguns poucos continuam firmes no Deus que não vacila. Observo muitos buscando curas e maravilhas, porém o evangelho da cruz que liberta e salva não é mencionado e trabalhado. O coração humano necessita de um objeto com que se ocupar. Não pode atuar com respeito ao futuro se não pensar nele. Se um cristão não pensa no futuro, os seus pensamentos serão concentrados no tempo presente e toda a sua maneira de viver estará de acordo com este modo de pensar; buscará a sua felicidade na terra e nas coisas terrenas. Entende agora quando atentei ao fato de que o conhecimento em ciências e filosofias está cada vez mais forte?

    O apóstolo Paulo na carta aos Colossenses afirma que se de fato cremos em Cristo e que Ele ressuscitou dentre os mortos, por suas vez devemos buscar pelas coisas do Alto:
    “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Colossenses 3:1
    Entretanto, parece que algumas pessoas têm sido entorpecidas por sua própria vaidade, preferindo valorizar aquilo que sua mente acredita ser verdade e não naquilo que Deus mostra e tem testificado por meio da Bíblia que é a Verdade (Cristo Jesus). No último sábado (17 de setembro) o quadro “Repórter Mirante”, do Sistema Mirante de Comunicação, levou ao ar uma reportagem do jornalista Tiago Soares sendo o tema central um sujeito dizendo ter revelações a cerca de Jesus e que estas serão lançadas em três livros. Essas “revelações” dizem que Jesus não ressuscitou, muito menos era o Cristo (A palavra “Cristo” é uma adaptação para o português da palavra grega “Christos” que significa “Ungido”. Cristo é sinônimo de “Messias”, pois a palavra Messias é uma adaptação para o português da palavra hebraica “Mashiach”, que significa Ungido. Ou seja, Cristo e Messias são sinônimos) encarnado e que este teve um filho, que era de família de classe média alta e não de uma humilde como afirmam as Escrituras. O nome de batismo do indivíduo é desconhecido por todos, até porque ele prefere usar o pseudônimo de “SOHAM Jñana”. (Assista a reportagem clicando aqui)

    Nenhuma dessas “revelações” é novidade porque o que o SOHAM “revelou” nada mais é do que um remake do primeiro século da era cristã, quando o gnosticismo estava em voga. Os gnósticos não criam que Jesus era o Cristo encarnado, o Filho de Deus, o Cordeiro Santo enviado para morrer por mim e por você a fim de que fôssemos resgatados do inferno que é o nosso destino merecido. Os gnósticos também criam que Deus em sua grande santidade não poderia habitar em corpos corruptíveis como o nosso, portanto, a promessa de Jesus de que quando Ele fosse para o Céu mandaria sem seguida o Consolador (o Espírito Santo) para habitar em nós e nos convencer do pecado também é uma falácia. Eles também afirmam todas as demais coisas que o tal SOHAM é partidário. No entanto, insistentemente o VERDADEIRO evangelho é pregado aos quatro cantos da Terra até hoje e continua arrebatando almas para Deus, confirmando a promessa de Jesus de que as portas da Igreja (e essa Igreja somos eu e você) não prevalecerão contra as mentiras do inferno (Mateus 6:18).

    Para os leigos que como eu nada sabem o que realmente significa “SOHAM”, tomei a liberdade de pesquisar. De acordo com algumas pessoas com quem conversei, “SOHAM” é um sânscrito que significa: “eu sou”, “aquele que eu sou”, “eu sou o que sou”, “eu sou a suprema realidade”, “eu sou aquele que habita o meu interior” e “o ser supremo é o meu ser”. Ou seja, é uma expressão utilizada por místicos, exotéricos e adeptos de mantras indianos, e que segundo as pessoas que me explicaram, é considerado como sendo o verdadeiro o melhor e o mais elevado de todos os mantras. Tal mantra sânscrito relaciona-se com o som interior do próprio corpo humano, ou, mais precisamente, com a própria respiração. Por causa disso, e pelo seu profundo significado, é considerado o mantra supremo e universal. Para ficar mais claro, “SOHAM” significa “Aquele, Eu Sou” ou “Sou Aquele que é proveniente de Aquele que é igual”. Para os que creem nessa corrente filosófica cada ser humano é uma parte de Deus, logo, cada ser humano é Deus ou igual a Deus.

    Como eu não creio em coincidências e sim em fatos (muitos destes só a fé explica, e a fé segundo Hebreus 11:1é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem, mas que existem”), há um episódio na Bíblia que trata justamente disso. Estou falando da expulsão de Lúcifer do Céu. Sim, Lúcifer era um anjo de luz, regente do coral celestial e anjo de guarda dotado de grandes poderes dados pelo próprio Deus. Entretanto, Lúcifer (que significa “Provido da Luz”) usurpou querer ser como Deus, assentar-se no trono de glória do Criador e ser maior do que todas as criações. A Bíblia caracteriza essa atitude de Lúcifer como “soberba” e esta por sinal contaminou a outros anjos, que junto com seu mentor, foram expulsos do Céu (sendo então chamado de Satanás que significa “o Opositor” e seus lacaios de “demônios”). O evento é lembrado duas vezes nos escritos dos profetas Isaías e Ezequiel: por Isaías, em meio a uma inspirada diatribe contra a Babilônia (Is 14.11-23), e, mais tarde, por Ezequiel, quando ele repreende duramente o rei de Tiro (Ez 28.11-19).

    E digo mais, com a expulsão de Lúcifer do Céu iniciou-se a maior das brigas espirituais que se tem conhecimento. Deus peleja pelos séculos adentro tentando salvar o homem que insiste em se deixar levar pela malícia da soberba de Satanás. E porque alguns destes homens não se mostrarem dispostos a se submeter a vontade de Quem os criou, ou seja, Deus, o Próprio os entregou as suas paixões carnais, à vaidade dos pensamentos e certezas que não são certezas (leia o livro de Romanos e entenda).

    Mas, como identificar um verdadeiro servo de Deus em meio a todas essas coisas que disse desde o início? Em 1° João 4:1-21 diz que o verdadeiro servo (ou quem deseja ser um verdadeiro servo) é reconhecido pelo que ele crê. Naquele tempo, como ainda hoje, as verdades do cristianismo estavam sendo atacadas nas suas bases. Os mestres gnósticos negavam tanto a divindade como a humanidade de Cristo. Eles pregavam um falso Cristo, um falso evangelho, uma falsa fé e um falso amor. É nesse contexto que João exorta a Igreja para não dar crédito a qualquer espírito. Entenda que a expressão “espírito” usada por João é equivalente a “ensinamento”. Portanto, o verdadeiro servo de Deus tem que estar atento ao que é ensinado e confrontar sempre esses ensinamentos com o que a Bíblia diz. É necessário que o verdadeiro servo estude a Bíblia para não ser ludibriado!

    João continua advertindo de que para termos certeza se a afirmação de alguém a cerca do Reino de Deus, ou se a revelação é do Criador e se é inspirada pelo Espirito Santo de Cristo, que sejam verificados todos os ensinamentos à luz das Escrituras (leia 1° Tessalonicenses 2:4 e 5:21 para entender melhor). Os cristãos devem ser capazes de identificar falsos ensinamentos e de examinar o espírito que os expressam. Atentamos ao fato de que Satanás inspira os falsos profetas e mestres, com o objetivo de espalhar o erro e afastar as pessoas da verdade do Evangelho (1° Timóteo 4:1-2 e 2° Pedro 2:1). Precisamos passar tudo o que ouvimos pelo crivo da Palavra Sagrada e pedir compreensão de Deus e não qualquer achismo ou movimento pentecostal e falso profético que seja. Atente ao fato de que acolher todo pregador que fala em nome de Deus e ouvir de boa mente toda pregação como se fosse verdadeira são atitudes INSENSATAS.

    Para João, a fé cristã poderia resumir-se numa grande verdade: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). Qualquer espírito que nega a realidade da encarnação de Jesus não é de Deus. João assinala algumas verificações para a fé:

    1) Para ser de Deus, um espírito deve confessar que Jesus é o Cristo, o Messias: Na opinião de João, negar essa verdade é negar três coisas a respeito de Jesus.

       a) É negar que Ele é o centro da história: Aquele para quem toda a história foi uma preparação; Aquele para cujo advento Deus tinha escolhido o homem Abraão e o povo de Israel; Aquele para quem a história foi uma preparação para que viesse na plenitude do tempo.
       b) É negar que é o cumprimento das promessas de Deus: Em todo momento de suas lutas e suas derrotas, através de todas as agonias de sua história, os judeus se agarraram às promessas de Deus; Negar que Jesus é o Messias significa negar a verdade dessas promessas.
       c) É negar sua soberania: Jesus Cristo veio não só para morrer, mas também para reinar; Veio não só para aceitar a cruz, mas também para estabelecer um Reino; E negar seu messianismo é apartar-nos da soberania essencial de Cristo.

    2) Para ser de Deus, um espírito deve confessar que Jesus veio em  carne: Isto era precisamente o que os gnósticos nunca puderam aceitar; Eles criam que a matéria é completamente má; em consequência, o corpo também é mau e, por isso é impossível uma verdadeira encarnação, já que Deus jamais poderia assumir a carne sobre si; Negar a genuína humanidade de Jesus Cristo, era atacar as próprias raízes da fé cristã; A negação da plena realidade da encarnação tem certas conclusões muito definidas, são elas:

       a) É negar que Jesus possa ser nossa norma e exemplo: Se não foi um homem de verdade em nenhum sentido, que viveu sob as mesmas condições que os demais homens, então não pode nos mostrar de que maneira viver, já que a vida foi para Ele algo completamente diferente ao que é para nós.
       b) Também é negar que Jesus seja o Sumo sacerdote que nos facilita o acesso a Deus: O verdadeiro Sumo sacerdote, deve ser como um homem em todos os aspectos; deve conhecer nossas fraquezas e tentações (Hebreus 4:14-15).
       c) É negar que Jesus possa ser em algum sentido o Salvador: Para salvar os homens teve que fazer-se um com os homens; teve que identificar-se a si mesmo com O que tinha poder para salvar.
       d) É negar a possibilidade da salvação do corpo: A salvação abrange o homem em sua totalidade. Tanto o corpo como a alma são salvos e santificados; Negar a salvação do corpo é rejeitar plenamente a possibilidade de que o corpo seja salvo e consagrado a Deus, e que esse mesmo corpo possa transformar-se em templo do Espírito Santo.
       e) Negar a encarnação de Jesus é negar que possa haver alguma vez um genuíno encontro entre o humano e o divino, entre Deus e o homem: A grande verdade da encarnação é que aqui e agora, neste mundo dos sentidos e do tempo, pode haver uma real comunhão entre Deus e o homem; Negar a encarnação e a possibilidade desta é dizer que estamos completamente condenados; Nenhuma outra coisa na fé cristã é tão importante como a realidade da encarnação, a humanidade de Jesus Cristo.

    Por fim, faço minhas as palavras de Pedro quando alerta para sermos “sóbrios e vigiar, porque o diabo, o nosso inimigo, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1° Pedro 5:8). E também as de Paulo quando exorta a Timóteo para “combater o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé” (1° Timóteo 1:18-19).