segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Revitalização

Ao som de “Sopro de Deus” da Vineyard Music Brasil
(
clique aqui para ouvir)


Eu confesso que as últimas duas semanas não estão sendo as melhores da minha vida. Infelizmente não ando animado nem motivado para nada, tampouco me encontro em estado de poder ser um encorajador de alguém também. Tudo que eu mais quero agora é um milagre, só isso, um único e maravilhoso milagre. Esse texto foi escrito em meio a um momento bastante delicado, momento esse de renúncias, de reconhecer coisas que eu sabia que um dia chegariam; contudo, acredito poder superar tudo de cabeça erguida e me expressar da melhor maneira que eu sei fazer: escrevendo!

[...]
Domingo desses, eu estava na igreja quando foi dado o tema do mês de agosto para todas as pregações e estudos, e o tema escolhido foi “Revitalização”.  Quase que automaticamente, com o desenrolar dos estudos e do debruçar sobre o respectivo tema, um sentimento e estado de “preciso crescer, me doar mais para o Reino, me consagrar mais” tomou conta de mim. É como se algo estivesse me cobrando ao ponto de tudo aquilo que diz respeito à minha vida, que antes estava aparentemente estável, começou a ruir.

Esse sentimento de cobrança na verdade são questionamentos surgidos dentro de mim se referindo à quantidade de tempo que dedico pra Deus, o quanto da minha vida realmente é Dele, se realmente essa mesma vida é ou não um altar ministerial para o que Ele quer fazer e vai fazer. Foi então que no culto do domingo noite do último dia 12 de agosto foi dado Abraão como um dos principais exemplos de fé, coragem e submissão (obediência) ao que Deus deseja de qualquer outra pessoa que verdadeiramente deseja servir no Reino.

Vale recordar um pouco que Abraão é chamado na Bíblia de “Pai”, e por esse motivo todo judeu o respeita e entende como um “Pai”. A ele foi dada a promessa feita pelo próprio Deus de que dele se faria uma grande nação que não poderia ser contada (Gêneses 12:1-3);. O próprio nome de Abraão é sugestivo, ou seja, conforme o seu significado no hebraico “Pai de uma multidão”. Mas a partir disso, podemos levantar novos pontos de discussão, como:

1.    Somos provados por Deus

Em Gêneses, capítulo 22 versículo 1, Deus resolveu provar a fé de Abraão. Assim como eu estava confortavel na minha aparente felicidade e estabilidade, e despreocupado com o crescimento espiritual e o Reino precisavam ter na minha vida, foi dada ao “Pai do povo hebreu” uma dura adversidade para que a natureza espiritual dele fosse questionada e trabalhada diante do Senhor.

Para contextualizarmos um pouco mais, Abraão e sua esposa receberam a promessa de que teriam um filho, o problema é que além deles já serem muito velhos, Sara era estéril. As probabilidades de um filho existir era, aos olhos deles e qualquer um, totalmente nula. E em Gêneses, capítulo 22, conta que Deus pediu a Abraão o seu único filho em sacrifício como prova do seu amor e fidelidade.

Quando olho para essa situação, eu me questiono quanto às minhas dificuldades, quanto a aquilo que tenho vivido atualmente e percebo que é leve demais o meu fardo. Podemos lembrar também da palavra de Deus dada ao profeta Jeremias no capítulo 18, versículos de 1 a 6, a qual afirma que como vasos quebrados nas mãos do oleiro, precisamos ser totalmente desfeitos e depois refeitos desde a base para que não hajam rachaduras nem remendos no nosso ser.

Podemos lembrar também do que está escrito no evangelho de Tiago, capítulo 1 versículo 12, que diz: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam”. Portanto, a lição que eu tiro para mim mesmo e compartilho é que não fiquemos desanimados diante das provações, pois elas testificam que estamos crescendo em experiência com Deus.

2.    Precisamos estar disponíveis

Quando Deus chamava por Abraão, ele nunca dizia que estava ocupado ou colocando os seus próprios interesses a frente dos que o Senhor queria, pelo contrário, dizia sempre “Eis-me aqui!”. Abraão era um homem disponível para Deus. No evangelho de Lucas, capítulo 9 versículos 57 a 62, três pessoas foram abordadas por Jesus para que elas o seguissem, porém todos deram justificativas para não o fazer de imediato. Trazendo para a minha realidade, fico me questionando quantas vezes já fiz isso e ainda pedia benção divina para aquilo que na verdade era desejo da minha própria arrogância e não algo vindo de Deus, para o meu crescimento espiritual e do Reino Dele aqui na Terra (Luca 9:23-27).

3.    Não há limites para a obediência

Abraão não tinha limites para obedecer. Ele estava disposto a seguir cegamente as ordens de Deus. Quando o Senhor pediu o sacrifício do único filho que ele tinha, aquele filho prometido e por demais amado, Deus estava testando Abraão, e desejava saber se ele O amava acima de todas as coisas. O fato é que, de acordo como relato bíblico nos revela, aquele homem velho mostrou ser capaz de abrir mão do que mais amava por obediência a Deus. Seu amor pelo Senhor era maior que o seu amor pelo filho.

Hoje, muitas pessoas querem servir a Deus sem abrir mão de pequenas coisas que amam como um “pecado de estimação”, ou um vício, quem sabe valores éticos e morais, conceitos de uma vida socialmente reta e aceitável, ou até mesmo relacionamentos. Como resultado disso muitas Igrejas estão superlotadas de pessoas doentes espiritualmente e sem transformação real na vida. 

E qual foi o desfecho da história? Quando Abraão estava pronto para matar o próprio filho, o Anjo do Senhor apareceu a ele e lhe concedeu a benção, proveu o cordeiro para ser morto e em troca aquele lugar foi batizado de Jeová Jireh, que em hebraico significa O Senhor proverá. A adversidade colocada sobre Abraão contribuiu para o fortalecimento de sua fé e experiência dele com Deus. Naquela situação desafiadora, ele descobre que Deus pode sustentá-lo em todas as suas necessidades.

Talvez você ainda necessite descobrir que Deus é provedor, que Ele nos sustenta com a sua destra, que Ele é o nosso Jeová Jireh, digo isso porque tenho descoberto e tenho percebido que o meu atual e mais precioso bem, está escapando das minhas mãos porque foi compreendido que não é a minha vontade que precisa ser feita ou de outrem, não é a minha alegria que precisa ser plena, mas sim a de Deus ao ver-se espelhado na minha conduta e modo de ser.

2 comentários:

Mariane Souza disse...

E eu, no meu egoísmo, achando que o "peso do mundo" caía apenas sobre as minhas costas... O fato é que, renúncias são sempre o primeiro passo para viver uma vida da maneira como Deus quer que vivamos, permitindo-nos ser controlados por Ele. O primeiro passo é, obviamente, muito difícil, mas necessário para uma plena vida de serviço e obediência a Deus.
Como foi bom ler estas palavras... Obrigada pela doce reflexão!!!

Unknown disse...

Precisava de Palavras como essas. É surpreendente como Deus usa o sofrimento dos nossos irmãos para despertar em nós o sentimento de como precisamos estar disponíveis a Ele. Ao ler essa mensagem lembrei de que também já passei por isso e que ainda hoje no Caminhar do meu Crescimento em Deus eu ainda me sinto assim.
Na verdade em meio ao nosso egoísmo, não nos entregamos por completo ao agir de Deus em nossas vidas. Deus nos diz o que Ele quer de nós e como não queremos renunciar aquilo que nos conforta, acabamos impondo condições a Ele, ao invés de obedecer. Pois a obediência a Deus, implica em renúncia daquilo que dizemos que amamos.
As renúncias são doídas, mas recompensadoras!!!!!!!!!!!!