domingo, 23 de dezembro de 2012

Que venha 2013

O que é que eu posso dizer de 2012? Apenas que foi um ano esquisito, de lutas e mais esquisitices. Não sei vou saber condensar tanta informação em poucas linhas, o que posso dizer desse ano é que, em partes, ele deixará saudades, mas por outro lado quero mais é que acabe... apesar do fato de eu pensar que ano novo não existe, senão apenas um dia após o outro.

Em 2012 eu apresentei excelentes artigos acadêmicos, consegui visibilidade nacional no âmbito da pesquisa científica em comunicação e cultura. Em 2012 eu tive o período de trabalho mais puxado de toda a minha vida, fui mal tratado pelos meus empregadores, mal remunerado e mal valorizado. Em 2012 eu perdi o afeto pela minha profissão. Em 2012 eu virei de ponta cabeça toda a minha vida, todos os meus conceitos, todos os meus planos.

Em 2012 eu fiz novos amigos, amigos fiéis, amigos que valeram a pena os exercícios do desapego e paciência. Em 2012 eu aprendi a dizer “não”, a suportar o “não” e a receber o “não” como um “aguarde”. Em 2012 eu aprendi o que é ser homem, embora ainda me sinta um perfeito moleque.

Em 2012 eu vi sonhos serem realizados, sonhos serem destruídos e sonhos serem recultivados. Eu 2012 eu recebi do céu uma pessoa, que lutou, ficou e foi embora. Em 2012 eu aprendi o sentido do choro, da angústia, da saudade. Em 2012 eu senti raiva como nunca senti na vida. Em 2012 eu aprendi a não ter vida. Em 2012 eu vislumbrei um pouquinho do que é não ter planos, nem vontades, nem projetos; degustei um pouco do que é estar totalmente na dependência de algo que foge da nossa concepção de Deus de tão vasto que Ele é!

Em 2012 eu amei, me doei, me fiz e refiz ao lado de um anjo; só que esse anjo foi embora, deixou um buraco no meio do meu peito e um ponto de interrogação enorme como quem instiga: “E agora, o que é que eu vou fazer com isso aqui? Onde eu ponho tudo isso que com tanta dificuldade foi cultivado?”. O que importa é que de alguma forma eu agradeço a Deus até mesmo pelo “adeus”, pois esse “adeus” abriu portas e escancarou janelas ótimas antes inimagináveis pra mim.

Em 2012 eu aprendi a ter discernimento. Aprendi a não ter preconceitos, nenhum mesmo, e força pra lutar contra os que ainda persistem. Aprendi a não viver por vista, mas pelo coração, pela oração e pelo espírito. Em 2012 eu desisti de mim mesmo e de tudo que diz respeito aos meus próprios interesses. Em 2012 o poço da vaidade secou, passando a brotar nascentes de racionalidade aliadas às inúmeras possibilidades de ser feliz mesmo tendo nada em mãos.

Em 2012 eu aprendi a não viver por mim, nem por qualquer outra coisa que seja, senão por Aquele que conhece os meus dias desde o início ao fim. E é esse ano de 2012, emblemático e esquisito, que fez nascer uma crosta grossa e caroçuda nas minhas costas, mas um coração de carne e cheio de sangue também.

E o que eu espero de 2013? Sei lá… o tempo e a conquista dele parou de ser um objetivo pra mim.

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