sábado, 10 de agosto de 2013

Solitas idealizada

“De vidas volantes
Nas voltas que o tempo há de dar
A duna irá jorrar
No céu de algum luar
Um velho tormento
Um sorriso a girar” ♫

 

Mescla com o que é novo
Teteia o ar pra ver se pega o ar que foge
E foge de dentro dos pulmões
Como vidas que escapam por entre os dedos
Dos dedos um dia entrelaçados
Suaves, preguiçosos, porém nervosos
De unhas curtas, esmalte de cor clara, cutículas ruídas.

Pinta uma página em branco
Com rabiscos sem sentido
Um pra lá dois pra cá até que, enfim, o sentido
Abstrato, subjetivo, próprio de uma alma que vive noutro mundo
Não somos desse universo
Talvez por isso nossa corrida em aprisionar o ar
O mesmo ar que insiste em fugir contra nossa vontade
Dos dedos finos que assim não conseguem tatear o ar que escapa
De unhas com esmaltes descascando, com cantos ruídos
Tão adolescente e tão displicente.

Vai e anda pela madrugada
Numa liberdade constrangedora
De uma vida que a ninguém pertence
De um ar teimoso que não para de fugir
De dedos suaves, preguiçosos, porém nervosos, de bocas incontidas
De um coração sempre agitado e respirações profundas, longas, repetitivas
Vai e voa pela madrugada
Da insônia que nos persegue
Da falta de nexo
Dos “carpe diem” em troca dos “carpe noctem”.

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