sábado, 4 de agosto de 2007

Consumidor de Si Mesmo

O ser humano é um verdadeiro consumidor de si mesmo. Busca ajuda no que vestir, no que comer, em como conviver, em como viver, no que amar, no padrão e figura que ele mesmo cria para se sentir melhor e maior.

Olhando para as mãos de uma mulher, percebi que esse mesmo ser, é frágil, de fácil manipulação, controle, vi as manchas, decorrentes de muita exposição ao sol, ou talvez, pela idade, começando a ficar debilitada e fina.

Vejo as milhares de pessoas que fazem verdades e amuletos, manuais de sobrevivência, os livros que lêem os fúteis conceitos de vida que são passados de geração em geração, de amizade em amizade, sendo que tudo isso é matéria, e logo se desintegrará, assim como o próprio ser.

Percebo que é inútil lutar contra si mesmo, contra o tempo, contra os malefícios que ele trás: dependência, carência, fragilidade, solidão... O que é na verdade essa busca pelo superior, talvez a tentativa de se igualar a Deus? Se encontrar um dia fora da bolha material e ter toda a majestade jamais imaginada aos seus pés?

Percebo também a fome em fugir do inevitável, a morte! Ela é mais que necessária, talvez a única bendita dádiva que o ser humano mereça, pois tudo que ele toca morre para, quem sabe se transformar em outra coisa qualquer, algumas sem nenhuma real utilidade.

Chego à conclusão, de que o ser humano é um tolo, pois busca o que nunca conseguirá, busca romper essa trindade, já existente mesmo antes do tempo tomar forma (Cosmo-Alma-Espírito), busca materializar, criar, zombar o que não se pode palpar, busca controlar a si mesmo e responder perguntas sendo que nem a si mesmo ele pode atribuir respostas.

O ser humano é um verdadeiro consumidor, de valores, atitudes, verdades e falsas verdades, de tudo em que possa sustentar suas tão falhas necessidades, mesmo que básicas, é amante de si mesmo, escravo do próprio ego.

Mas o tempo tratará de dar fim, um a um, ele é o senhor do ser humano, só o mesmo não se dá conta disso, desses grilhões que jamais irá romper. O tempo se esgota, e o que fazemos para alcançar o transcendental?

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