quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

El fuego Y El Combustible

Eu estava ali parado, tomando meu copo de água quando de repente o que antes era se desfez como num piscar de olhos. Não sei ao certo se o que me desfez ou o que me fez na natureza em que cá me encontro, se foram os gritos ou se foi a coragem de enfrentar um velho medo.

As cortinas se abriram, deu-se o início do espetáculo, dois homens se digladiam com olhares querendo, quem sabe, penetrar um na alma do outro, saber, quem sabe, quem seria o primeiro a desviar o olhar. Nada acontece, ambos ainda se olham, se analisam.

Meus olhos sérios, porém de menino ainda, desconhecem aqueles outros dois olhos que me fitam, a poucos centímetros; atrás de mim, um punho fechado (meu) se arma para quem sabe, se proteger de alguma reação ou tentativa de ataque do meu oponente, jamais inimigo.

Ambos se afastam um silêncio de 5 segundos, ou menos se faz... Aí... Alguém também com um simples olhar, fita o meu oponente como quem pergunta: “O que você está fazendo?”. Ele como em resposta, se afasta, e se senta em uma cadeira à cabeceira da mesa, logo depois quebrando o silêncio, digo eu: “Eu não sou mais um menino, trate-me como homem, pois é isso que sou eu não tenho mais medo!”.

Aquilo que antes era, se foi, acabou, se ilumina uma sala vazia, branca, fantasmagórica em minha mente onde desesperadamente eu quero estar, o porque eu não sei, apenas quero estar lá.

Dois dias se passam e ao som de Jorge Drexler escrevo memórias, talvez fictícias, talvez reais, parte de mim ainda não acredita mas a outra dá-me tapas na face dizendo-me: “Seu imbecil, o mundo não é o que parece ser, muito menos você, cresça e apareça, ande com as próprias pernas, pare de engatinhar, é chegada a hora.”.

E cá estou eu em um pleno “El fuego Y El Combustible”.

Nenhum comentário: