sexta-feira, 11 de abril de 2008

Eis o meu objetivo ou parte dele

Outro dia eu parei para observar os idosos! Confesso que foi uma das coisas mais lindas que já tive o prazer de observar. Mas puxa logo idosos? Isso mesmo, idosos!

Poderia ser uma mulher muito bonita, poderia ser a moda de alguém, um carro, o céu, o mar, o ar entrando e saindo dos meus pulmões, mas não, preferi os idosos!

Mas porque idosos? A resposta viria em seguida: “É o que todos iremos nos tornar um dia (a não ser que você morra jovem)”. Mas não, não é por isso, é porque eles são bonitos mesmo!

Eles estão em todo lugar. Frágeis, dóceis, às vezes salientes, birrentos, mas também muito sábios, ótimos conselheiros, têm um senso de humor atrasado, mas agradabilíssimo!

Não sei por que, simpatizo com idosos! Eles são meio chatos às vezes, é cansativo cuidar deles, mais ainda daqueles que dizem não precisar de cuidados, mas esses mesmos é que querem um dengo! Se formos prestar atenção, não é tão diferente do que acontece conosco, a diferença é que biologicamente falando eles estão mais próximos da morte do que nós!

Eu jamais tinha parado pra pensar como um idoso! Sempre me preocupo com coisas apenas minhas e de mais ninguém. Sofro, choro, reclamo, “esperrinho”, resmungo em silêncio, a preço de que? Sempre acabo no mesmo buraco.

Olho para eles, frágeis, velhos, desgastados, pedindo para morrer. Lindos! Existe sim algo de lindo neles, como tudo em que eles tocam, até mesmo quando abrem as janelinhas capengas de suas mentes, o que sai delas é tão lindo, enriquecedor, rejuvenescedor!

Eu ainda insisto em dizer que sou um menino! Sempre serei um menino! Não admito o erro! Não admito um “não” mesmo quando digo que pouco me importo com o que faço, falo e penso. Importo-me, e como me importo! Eu minto, minto para fazer-me feliz, em que eu não sei, falta algo, mas eu sou tão menino que não enxergo o tormento que eu mesmo crio para a minha mente pobre e infantil.

Os idosos, o que eles pensam? O que eles sentem? O que eles desejam? Você se masturba? Será que eles ainda se lembram o que seria o apetite sexual? O mundo em que vivo não se difere tanto do mundo em que eles viviam, a única diferença é que a libertinagem é grátis e sem limites, o mais novo jeito de se educar uma criança!

Tenho medo dos idosos. Tenho medo da revolução que eles podem criar. Sair nas ruas, pintar as faces, vestir preto, fazer sinais de rock’n roll com as mãos calejadas e enrugadas! Eu vou ser isso, eu sinto isso!

Sou apenas um menino ansioso, que faz das suas escolhas maneiras de viver em paz! Mesmo que elas não correspondam as suas puras intenções. Os olhos exprimem toda essa pureza, os carinhos toda essa intenção de apenas receber de volta um sorriso e um abraço camarada!

Mas calma, os idosos estão aí. Enquanto eu não posso ocupar minha mente com coisas mais relevantes, eles serão os meus palcos de reflexões sobre isso que sou, sobre a vida que tenho e que vou ter. O que faço ou deixo de fazer é problema meu até que eu comece a compartilhar as tais e tão famosas experiências. Então, concluo eu, que ninguém é dono de sua própria vida, todos nós compartilhamos ou temos algo em comum. Medos, desejos, sonhos, vontades sexuais, perversões, maldades, felicidades!

Eis o meu objetivo ou parte dele.

Um comentário:

Camila Chaves disse...

que lindo!

eu adoro velhinhos... na verdade, velhinhas, porque, como tu bem falou, existem alguns bem salientes... rs daí tenho medo.

mas velhinhos são realmente lindos. tão frágeis, tão doces, tão apaixonantes.

adorei esse texto. bem ao meu estilo. uma leitura prazeroza. (=