segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Com As Suas Próprias Mãos

Ao som de "All Mine" e "Half Day Closing" da Portishead; "When It's Good" e "Touch From Your Lust" do Ben Harper



Fume uma bituca em minha mente
Abra suas pequenas pernas
Faça sinal de "venha" com elas
Faça com que meus olhos brilhem
Pois o meu "eu"está vazio e interpreta
Toda e qualquer investida sua
Como um conivite ao sexo
Ao arrependimento e amargura
Eu sei bem que o pedido de perdão da sua parte jamais existirá
Mas suas perninhas gesticulando "venha" para mim
Fazem meus olhos incandescentes
Transformarem-se em fluorescentes
Porque a minha saudade é pertubardora, assim como a libido que já se aposentou
Sinto falta de cada pedacinho seu
De cada gritinho de desejo ou de raiva, alegria, hiperatividade
Mordidas, dos dedos apontados em minha cara com fortes "nãos" em seguida

Tome uma taça de vinho na minha perturbada mente
Que já cansou de se masturbar no mundo das idéias
Pois o mundo real, físico, é fútil demais para se lembrar desta necessidade apenas fisiológica
O mundo real anseia por gostinhos de "quero mais"
Anseia por encarar seus grandes olhos e ver que eles são realmente vazios
Anseia pelo amor que o corpo já descarta e vê como um insulto
A intensidade é tanta que causa violência
Gera violência, ódio, inconstância
Se odeio é porque amo...
... Respondidas suas indagações e incertezas?
Eis o ponto final.

2 comentários:

Víctor Hugo disse...

momentos inspiradores...
texto muito bom...
totalment nifomaniaco mais de um jeito delicado, se isso e possivel...
parabens amiguinhum!

Pedro Favaro disse...

Essas perguntas nunca são... ou serão respondidas.
Texto inspiradíssimo!