quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Legitimidade Ética X Impossibilidade da Prática à luz do Jornalismo

Ao som de "Eternal Life" do Jeff Buckley




A quem diga que a ética no jornalismo não existe. Pelo simples fato de taxar algo que todos, numa profissão que deveria ser "unida" já que se trata de comunicação em sua essência, devem cumprir a risca em prol da notícia e do compromisso para com a verdade, é por si só complicado em sua formulação de ideologia a ser seguida.

O jornalismo é o porta-voz dos que detém a fonte, e a fonte pode ser qualquer um, desde aquele do mais alto cargo como o flanelinha que fica ali fingindo cuidar dos carros de pessoas que nunca vira na vida em troca de poucos centavos. No entanto, essa profissão por muitas vezes burlou seu próprio código de ética e moral. Mas então que seria ética e moral? Muitas vezes, são trocados os conceitos, ética é, portanto uma abordagem crítica, uma sistematização do julgamento de apreciação quando aplicado à distinção do bem e do mal. Enquanto moral é algo que diz respeito à cultura, à época em que uma comunidade ou sociedade se encontra. Geralmente passada de geração em geração.

Os cursos superiores atuais aplicam com veemência estes dois pontos, formando nos estudantes, um caráter quase que perfeito, que muitas vezes entra em confronto com a ética e moral que cada um possui. Ao sair do âmbito acadêmico, esse mesmo estudante leva um chock com o que realmente acontece. Não que seja pra lá de contraditório com tudo aquilo que se estudou anos a finco. Mas, a pressão em produzir uma notícia, um furo jornalístico, de estar sempre no topo, a promoção própria que cada profissional enfrenta, é cobrado em demasia, mesmo por aquele que pratica o jornalismo on-line, onde trabalha apenas com notícias que estão ali a seu dispor no momento que quiser.

A ética e a moral então caem por terra várias vezes em prol desse compromisso em expor a "verdade", mesmo essa verdade não existindo, e sim versões dela! Inúmeras versões que se juntadas, dariam um conto totalmente diferente do outro. Tanto a ética como a moral transformam-se num ideal, em algo que pode ser alcançado, mas que se alcançado terminaria com todo o encanto, a emoção de sempre fazer uma matéria de capa, de chocar a sociedade com mais uma tragédia ou escândalo. Tomaríamos ciência então de que não existe jornalismo se feito por esses propósitos.

Portanto, pode-se concluir que no Jornalismo, ética e moral são coisas quase inexistentes na atualidade, em contrapartida elas coexistem em cada profissional da informação, pois isso diz respeito à educação e cultura. Alguns se esquecem dessa educação e cultura, mas em ressalva, são lembradas por outros, servindo de mediação, balança, oscilando entre a emoção de um texto impactante, e ao mesmo tempo informativo. Atingindo assim o seu objetivo com mensagens subliminares, para que os mais espertos briguem por aquilo que acreditam, sem cair no sensacionalismo exarcebado que é visto por aí em demasia (caso Isabela Nardoni e do menino João Hélio).

3 comentários:

Jôice Borges disse...

Caro Marcos, envie seu email pra mim para eu te convidar para o grupo de discussão do Laboratório de Mídias Livres. Agradeço se dispuser lá no blog do laboratório. http://bloglivrepensar.blogspot.com. Ou mandar pelo meu email.

Anônimo disse...

Sua expressão esta corretissima!

Anônimo disse...

te indiquei pra um selo, budinha

http://entrelinhaz.wordpress.com/2009/02/20/selo-100-intradutvel/