quarta-feira, 28 de abril de 2010

Natureza incontrolável

Ansiedade, ânsia ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax, transpiração etc; Já dizia o nosso tão amado Wikipédia.

Não chego a roer as unhas, nem falar demais, muito menos agir pelo impulso e depois ficar com peso na consciência por ter agido precipitadamente. Mesmo sendo o que sou, acabo optando pela ação de engolir o enfadonho e ficar quieto.

É difícil controlar-se, que dirá quando se é uma bomba ambulante, dessas que por qualquer coisa ou situação está a ponto de explodir de “N” maneiras distintas. Fico aqui escutando “Inoportuna” do Jorge Drexler, e me perguntando como é possível a música conversar com tanta propriedade com a gente. Recomendo o disco 12 Segundos de Oscuridad, produzido em 2006.

Não sou daquelas pessoas mais estáveis, além de curtir uma boa adrenalina, gosto de provocar a adrenalina, alguns momentos ser a própria adrenalina. A ansiedade às vezes se transforma em combustível, inspiração, em outras (maioria) estraga o que tenho de melhor a oferecer a alguém ou a mim mesmo. Se isso for atestado de imaturidade eu aceito com todo gosto, sou um menino mesmo.

Certa vez conversava com uma amiga, @De_Almanaque, (conheço deus e o mundo, mas, amigos mesmo são raros e amo os que possuo), tão “bomba ambulante” quanto eu. Disse-me em determinada ocasião algo mais ou menos assim: Tudo é incerto. Porque mesmo quando dá certo, há a incerteza de futuro. Logo, o ser humano muda muito e tudo gira com ele e em torno dele.

É aquele velho egocentrismo nato inerente a todo ser pensante, que interage, ama, odeia, deseja, congratula, guarda e compartilha esperança. O que nunca atentei, é que o meu egocentrismo se transformou em combustível para a ansiedade, a mesma que é gasolina para certas ações e percepções... Quer boa ou não.

Tento seguir aquele senso comum de ocupar o tempo lendo algo, correr por aí, escutar uma musica ou mesmo tirar um sono. Certa vez eu li em Romanos 5:3 e 4 “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança.”.

Paciência é o bem maior que muitos desejam, talvez porque ela traga segurança, bem-estar, certeza de um bom porvir, organização própria. Bem, eu não tenho nada disso, sou apenas um cara cheio de falhas, nervoso, zangado, meio bruto, de coração mole e com surtos de sensibilidade que não sabe muito bem como demonstrar.

Sou apenas aquilo que tenho de ser, aprendendo constantemente que isso tudo aqui é uma grande bosta e infelizmente ainda cobro dessa bosta uma novidade, uma esperança, um retorno positivo a todos os meus esforços em ser apenas eu.

Para finalizar, a parte final do refrão de “Excesso Exceto” do honorável Lenine:
Eu só eu
No meu vazio
Se não morreu
Nem existiu

Só eu só
No meu pavio
Futuro pó
Que me pariu


Costumo pensar que se você mostrar o seu pior, ou sobrepor as suas falhas e deixá-las explicitas para todos verem, e mesmo assim alguns se aproximarem e fizerem questão de estarem ali então é porque esses são realmente relevantes... Desde segundas intenções, até contatos profissionais, amizade, elo familiar, viver em sociedade como um todo. Como é possível notar, não gosto de nada muito simples, mas também não simpatizo com frescura ou pessoas fazendo doce. Penso que se você quer algo, dê sempre as cartas e a face como sugestão de tapa, assim que notar a ação de alguém ou mesmo a própria.

Enquanto isso vamos vivendo o inevitável porque a emoção e adrenalina não podem ficar esperando. São as molas propulsoras que ainda nos forçam a insistir em algo realmente relevante. Nessas pequenas coisinhas e bobas que moram em segredo dentro do peito fazendo a mente doer aqui e ali devido à enxurrada de desejo.



obs: As frases e palavras em azul são hiperlinks, basta clicar em cima para conferir o conteúdo.

3 comentários:

Samanta disse...

AMAY a parte do "amigos são raros e amo os que possuo", fico honrada. E é isso aí: a esperaça é o maior dos males, mas ´necessária pra se continuar remando nessa canoa furada de vida.

Tangerine disse...

Pois eu rôo as unhas, falo demais, ajo por impulso e depois fico com peso na consciência. Não engulo o enfadonho e nunca fico quieta.
Mas também gosto da sensação de adrenalina, e mais ainda da forma como você descreve. Embora morra de medo de provocar essa tal adrenalina.
Saudades, visse? Beijos.

Abiodun Akinwole disse...

É sei bem da natureza humana por ser humano!

Que ama, odeia, ri, chora, vê cega, ora sim ora não.

e tem dias que tudo é foda e tem dias que tudo é calmo.

loucura sana.