segunda-feira, 17 de maio de 2010

Perpetuamente

"vai, me absorve que hoje eu quero ser só seu
me dissolve e mexe com a colher"





Tava ouvindo Mombojó, coisa que há muito não fazia. A música "Absorva", que está no disco Nadadenovo de 2004, sempre me chamou a atenção. Tenho umas taras estranhas por músicas e ainda por cima de teatrá-las na minha cabeça. Essa em questão imagino alguém sentado numa mesa posta, uma xícara branca mechendo o café com o dedo enquanto olha fixamente para o nada sem nenhum propósito... Tudo em preto e branco.

Ao ouvir a música e esse trecho minusculo me fez lembrar de um bate-papo muito rapido com um amigo de longa data. Todo mundo que gasta o seu rico tempo aparecendo por aqui volta porque comunga em alguma coisa. Vocês já devem ter observado que sempre escrevo algo voltado para criticas em relacionamentos ou a vida em si. Pois bem, ter esse bate-papo com um amigo e ele me contando como a vida é um troço engraçado e cheio de peripécias, atiçou a curiosidade de pensar em outros temas que acredito serem co-relacionados.

Sinceramente e sem babação, conheço o cara já tem cinco anos, o suficiente pra dizer que ele é o partido que praticamente toda mulher quer: faz boa faculdade, tem boa educação, não é efusivo sendo então bem centrado, maduro emocionalmente, bom ouvinte, criativo, tem boa aparencia, do tipo que dá bombom de chocolate com recheio de cereja e buquê de flores no aninversário. Ele também é bastante respeitador no sentido de tolerar opiniões, mesmo que não concorde com elas; hoje em dia as pessoas tendem a querer relativizar tudo e acabam sendo as principais pré-conceituosas e deterministas.

O cara veio me contar aquela velha história de que conheceu uma pessoa, a mesma deu abertura, ele foi em cima e na hora ficou com o pau na mão e na merda. Sinceramente eu não entendo qual é a razão para essas coisas acontecerem. Acho que se você quer curtir deixe muito claro antecipadamente para a pessoa, da mesma forma como se a vontade for algo sério, mais uma vez esplane de que o estado de espírito está para algo perene sem grandes aventuras despretenciosas e sem compromisso.

Atraído pela falsa propaganda, o coitado se deixou levar pelo que toda mulher tem de pior: O CHARME! Posso dizer isso porque 90% da minha família é composta por mulheres além do mais, tenho uma irmã apenas um ano mais nova que eu, então acaba sendo muito fácil saber como é esse mundinho paralelo que é o feminino. E na real, mulher é uma complicação, mas a complicação mais excitante e atraente do mundo.

Costumo pensar que nós homens é quem somos o sexo frágil e não as ditas cujas. Nós somos apenas aparência, lá no fundo somos todos broxas. Não tem coisa mais tosca do que homem apaixonado. A gente na verdade finge ser durão mas nas entranhas somos uns fracos, tão quebradiços quanto cristal. Esse meu amigo foi com toda boa vontade do mundo, iludido tadinho, levou um enorme buquê de flores com uma caixa de bombons em forma de coração no aniversário da tal jovencita perigosa. Resultado: "Não, você me entendeu errado!". POOORRAAA!

Fezes malditas! Porque e pra quê isso? Isso é vingança? O menino não tem culpa pela maioria masculina ser caduca e rodiada de uma testosterona machista. Aí nessas horas eu me valho de um trecho da música "Eu & Você" da minha mais recente descoberta, a banda mineira Transmissor. No trecho cantado por Jennifer de Souza (uma das vozes na banda), diz assim:
"espera pra ver se você não acha
eu e você num caminho só
nem imaginei dar toda essa volta
chegar aqui no mesmo lugar".

Mais parece como uma forma suave de dizer "Hey idiota, olha ao teu redor, não sou a ultima coisa que te resta. Eu sou o melhor que você pode ter!".

Pode parecer pretencioso dizer algo do tipo, mas, o que seriam os dias e atitudes atuais das pessoas se não uma busca por algo que una interesse pessoal a necessidade pessoal? Porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Aí sim eu me valho da "dor" do cara, porque, porra, tudo bem que algo do tipo role comigo já que eu não presto mesmo e sou uma causa perdida em muita coisa.

Recentemente quase estraguei um encontro com uma pessoa por algo que poderia muito bem ponderar, mesmo que essa tal coisa seja característica minha. Só que tanto eu como meu amigo somos farinha do mesmo saco e temos a mesma ternura e respeito, ambição por evoluir e promover evolução, cuidar e ser cuidado, lembrar e ser lembrado.

A verdade é que ser humano nenhum sabe o que quer e como quer. Se camufla de desapego, um desapego que não possui mas mesmo assim insiste em tentar pregar e perpetuar. Dá mesmo pra entender uma coisa dessas? Fala sério... Deveria existir aquele sagrado acordo em que os homens diriam "Ok, nos ensinem a ser vocês e nós ensinaremos vocês a serem a gente!".

Homem não é causa perdida nem tudo igual, é apenas um bicho do mato não civilizado e domesticado, assim como mulher não é uma icognita pra ela mesma, é apenas um ser complexo e ao mesmo tempo simples de muitas caracteristicas obvias. Enfim, sem mais delongas e subjetividades, com tanto defeito e especulação, é de se esperar porque um ser merece o outro ou porque um ser completa as faltas e defeitos do outro. Talvez aí esteja a parte divertida, o tesão o tal "lugar ao sol".

Desde já, "A Idade do Céu" do Jorge Drexler, interpratada por Paulinho Moska, é uma boa amostra de tolerância e vontade, insistência e zelo.

Um comentário:

Samanta disse...

Por isso mesmo que somos secos, um tanto simpáticos e muito, muito sarcásticos: frufrus são para os poucos, os que fazem por merecer da gente.