domingo, 18 de julho de 2010

E, no porvir, oh! que doce esperança

Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais - Salmos 71:14

 

Confesso que neste ultimo domingo participei de um dos cultos mais lindos da minha vida! Além de ser mais um culto como qualquer outro celebrado aos domingos à noite, este em questão tinha um objetivo em especial: Agradecimento a Deus pela cura do meu tio, Pr. José Oliveira, que estava acometido câncer.

Como ele mesmo disse: “Não é das tarefas mais fáceis ser diagnosticado portador de algo tão sério onde é a vida que está em jogo. Questionar-se, ficar triste, espantado, ter medo são as primeira reações. Mas, eu sei em Quem tenho crido, e, nEle espero”. A notícia veio durante as suas férias. Aproveitou para ir à cidade de Goiânia onde reside seu filho mais novo o Pr. Leonardo Reis (que breve será enviado à China como missionário), quando recebeu a notícia que estava com câncer na próstata e este era maligno.

Qualquer um entraria em completo estado de desespero. Totalmente assintomático, meu tio não sentia uma dor sequer em momento algum, nem para levantar ou sentar muito menos durante necessidades fisiológicas, nada! Como havia dito o diagnóstico veio durante um check-up, pois, ele já tem 57 anos é natural que os cuidados para com a saúde sejam redobrados. O susto veio em seguida, depois o sentimento de solidão. Meu tio já passou por poucas e boas. Ele também é diabético e há alguns anos correu sérios riscos de perder uma perna por conta da doença. Em outra ocasião, foi também diagnosticado principio de Alzheimer. Alzheimer não tem cura, mas pasmem, ele foi curado. Se isso não é milagre então eu não sei mais o que seria.

Durante o culto de agradecimento pela cura contra o câncer, me sobreveio à mente a frase “Deus é Fiel”. Sinceramente, como qualquer outro jargão esse é por deveras vezes utilizado a torto e direita. De Deus ser fiel isso eu sei e até o diabo sabe. A Bíblia diz que os demônios crêem tanto que estremecem (Tiago 2:19). Tudo está sob a graça e vontade de Deus, nada passa por despercebido sobre os seus olhos e do seu conhecimento.

Pergunto-me como e porque tanta gente se coloca a disposição da duvida e crítica a esse Deus se nem mesmo o conhecem? Como é possível duvidar e criticar de algo que não se tem a experiência e conhecimento de perto? É muito mais confortável o descrer do que o crer porque crer exige renuncia do que seria valor para o ser humano porque o ser humano tende ao individualismo e ao egoísmo e esses são alguns dos motivos pelos quais a deturpação, afazia, apostasia da fé e a presente bagunça eclesiástica estejam tão fortes.

Como estava dizendo, Deus é fiel e todos sabemos, mas e nós? Você é fiel no seu relacionamento, no seu trabalho, nas amizades, na família, nos estudos, consigo mesmo? Existe fidelidade do homem para com Deus? Ser fiel neste aspecto independe da pessoa ser o que chamam de “religiosa”. Ser fiel está intrinsecamente ligado a comunhão entre o Criador e a criatura, ao passo de ambos serem um só no espírito e ações.

Eu mesmo me pergunto se sou fiel. Sempre repito que não presto, e não presto mesmo, no entanto, por algum motivo eu sinto que alguém continua a investir e insistir no que eu sou para que as minhas próprias falhas sejam combustíveis, a fim de que outros vejam como o ser humano não é super-poderoso.

O ser é um eterno dependente. Quando no ventre da mãe depende dela para respirar dentre outras coisas, quando nasce depende de outros para se aquecer até que saiba se cuidar. E quando cresce, amadurece, envelhece, tudo depende do meio porque o ser aprende reproduzindo aquilo que vê, ouve, toca, sente. Continuamos dependendo de outros para sermos o que somos até o momento da nossa morte.

Eu me pergunto como e porque não ser fiel a um Deus que disponibilizou tais características para que eu enquanto ser falho e limitado pudesse estender a minha mão, engolisse o meu individualismo e dissesse ao meu próximo que eu preciso dele para ser e fazer algo. Nunca espere perfeição de quem está do seu lado. São as lacunas que deixam um ser interessante e bonito. Como assim foi dito pelo pregador da noite desse domingo de gratidão, Pr. Alexandre Pascoal: “A nossa vida é uma construção nas mãos de Deus”.

Porém, contudo e, todavia, não confunda vontade com vontade permissiva. O próprio livre arbítrio está aí para que possamos decidir o que melhor convir dentro da conhecida racionalidade ou simplesmente, FÉ (porque a fé é também uma forma de racionalidade como está em Hebreus 11:1).

O culto acabou e o famoso cafezinho no salão de boas-vindas foi servido. Logo mais as pessoas se despediam, cada uma voltando para sua realidade e quem sabe com algo a mais no que pensar na semana que apenas se inicia. Essa aqui foi a minha. Paz a todos, obrigado a leitura!

Um comentário:

Polly disse...

Olá, imperador Inca.

Penso que, independente da religião, todos temos uma forte ligação com Deus; exceto aqueles que escolhem não ter nenhum tipo de vínculo com Ele, claro. (se é que isto é possível).

Não sou religiosa, sou uma eterna questionadora, mesmo assim sei o quanto a minha vida namora Deus a todo instante - isso não vem ao caso explicar aqui e nem agora, mas com certeza é mais válido que fechar os olhos e cruzar os braços para questõs que ninguém compreende ao todo.

Sabe.. Conheço pessoas que estão todo domingo na missa ou no culto, mas que são insensíveis às questões do próximo durante o resto da semana. Também conheço outras que nunca frequentaram nenhum tipo de igreja e nem são 'instruídas' sobre a Bíblia, mas têm corações quentes e são sempre dispostos a servir e ajudar a costruir um meio mais harmonioso para se viver; que é tudo que Deus quer.

Enfim, questões a serem debatidas, refletidas e sobretudo, vividas.

[Quanto ao texto, muito bem escrito, apesar de não concordar com alguns trechos.]

Até!