domingo, 26 de setembro de 2010

Sádica atração

Não tenho muita coisa para falar não. Nem pensamentos grandiosos, ou até mesmo simplórios. Nem algo realmente inspirador, apenas umas coisas que vez outra sobrevém na minha cabeça. Coisas como poder de ir e vir, decidir o certo do errado, o que seria certo e errado, porque criamos tanta tese. Tem tese pra tudo nessa vida: tese para o que se acredita, desacredita, se defende, conquista, critica, menospreza, almeja, sonha, contesta, inveja... Tese para se viver melhor, ser melhor... Enfim!

Tava ali tentando dormir. Tenho sérios problemas para dormir. Tiro meus cochilos, mas nada que passe de 3 ou 4h de sono ou descanso. Não sei o que são 8h de sono desde que estudava para o vestibular no finzinho de 2005, sim, eu sou meninão ainda! Tava pensando em tanta baboseira que escuto, que dizem, que eu digo, que fazem, que eu faço, que omitem, perseguem e idem para as duas ultimas coisas também. Porque e para que defender uma coisa se mais a frente iremos retroceder e dizer: “Eu estava errado!”?

Dia desses estava filosofando olhando pela janela de ônibus. Momento antes havia escutado uma pessoa falando mil coisas sobre a Bíblia, o mesmo de sempre, de que é um livro escrito por homens e que não se deve confiar em homens e blablablabla... Wiskas Sachê pra você também! Sei lá, a vida se resume a isso bem aqui, somos apenas um pontinho de merda na vastidão que é a própria vida, o universo ou qualquer outra coisa realmente grande se comparada a nós.

Lá no fundo, acredito que tanto conhecimento não tem serventia alguma. Se no final boa parte deles morrem no secreto dos nossos pensamentos, então porque insistir em acúmulos? Talvez porque a tendência do ser humano é inculcar no seu semelhante tudo aquilo que ele tem como padrão. Todos padronizados e muito bem vestidos, apresentáveis, tatuados ou não, com jóias ou não... Precisamos mesmo ser aceitos por alguma coisa ou alguém. E quando é que somos alguma coisa, algo realmente sincero e relevante? Somos uma cópia mal feita do nosso próximo, do nosso circulo de amizades, de qualquer forma de grupo de identificação próximo!

Sabe, o meu primeiro namoro foi um erro pela falta de sinceridade desde o inicio, o meu segundo namoro foi um erro porque eu terminei ele sendo o mais sincero possível, não pensando em mim, mas nela. Resultado? Hoje ela conversa comigo de modo monossilábico, sabe Deus o porquê, mas eu já entreguei os pontos quanto a essa área da minha vida. Rá! E olha que eu sou um meninão de 22 anos!

Às vezes acredito que penso demais e vivo de menos, ou vivo demais e penso de menos ou as duas coisas ao mesmo tempo como contradições que fazem todo o sentido e sempre irão fazer sentido. Ser ser humano é isso, ou não é? É se confrontar o tempo todo, é se dar o prazer de mostrar para si mesmo que se está vivo e existe um músculo que pulsa entre os pulmões. É agradecer ao Deus que muitos nem acreditam ou duvidam ou simplesmente preferem não pensar, que existe raciocínio para se usar, caráter para testar e amadurecer até o dia em que a vida resolver findar. “Ninguém rir o tempo todo e 24h. Que coisa mais patética”, diria Nathalia, o ser mais caótico que eu conheço e que por ser assim aprendi a amar.

Sei lá, a vida é um negocio engraçado. Quando a gente diz que quer viver, se entrega pro primeiro prazer que a carne quer saciar, e assim vai aparecendo outros. Quando finalmente a gente se espanta, já está tudo uma grande merda sem retorno... É uma atração sádica essa, saca?

Eu penso que tenho muito a acrescentar na vida breve que outra pessoa possa ter, mas, eu lá tenho essa oportunidade? E se já tive, fui reconhecido por isso? E se não vier a ter, porque então se alarmar? A quem pense que é uma dor de cabeça a menos, certo? Certo? Nem sei... Só sei que é uma insistência manter-se vivo, são de alguma coisa, de algum prazer, de algum momento realmente importante... Daqueles três segundos antes, do medo que eu tenho das respostas de “não” que infelizmente já sei que irei escutar!

Isso parece soar muito pessimista, mas pense comigo: são apenas várias divagações que ocorrem dentro de uma mente. Imagine quantas mentes existem por aí, e quantas também divagam? A diferença é que essas introspecções eu ponho aqui. Lê quem quer, comenta quem quer, mas que fique claro de uma vez por todas: Não existe inspiração para nada do que foi escrito, está sendo escrito e será escrito para este blog. Todo texto tem um único destinatário, ou seja, eu mesmo! A única pessoa que não pode voltar com a palavra, te trair e manter o pé firme até o fim com você é você mesmo e apenas você mesmo. Individualista? Hum, eu tento não ser, mas fazer o quê? Papai do céu me fez assim, e que dádiva em sê-lo!

Ah! Que seja... Não entenda também como um recanto de desabafo, entenda como recanto de auto-diálogo, um recanto onde finalmente é possível ser quem se é sem precisar passar por um molde. Se não posso ser Ibiza lá fora, posso ao menos me dar o trabalho de achar que aqui é possível?
São 2h da madrugada. Preciso tentar dormir, quem sabe um copo de leite ajuda...

5 comentários:

Anônimo disse...

cara seu post são sei lá, cm posse dizer, talvez uma biografia de um ser pensante na vida, sei lá, foi mais q tosco, mas qria dizer q senti profundamente cada frase do seu post, é uma auto biografia msm, dar vontade de fik refletindo em cada msg q vc quis passar!! juliana

Renata Becker disse...

Faz um tempo fiquei pensando sobre o porquê eu escrevia no meu blog, e concluí que é para mim mesma. É uma maneira menos esquizofrênica de viver eu acho, e quem melhor do que nós mesmos para compreender as nossas misérias, contradições e ideias estapafúrdias? Meus caro, são os nossos solilóquios que nos fortalecem para as próximas estações que estão por vir, eles nos fortalecem e nos deixam mais racionais, a vezes (só as vezes) mais preparados, mas de fato mais sabidos.

Anônimo disse...

Uma bio lhôca, hein?!
E o título foi bem parecido com o meu comentário no post passado. De fato... combinou muito.

Acho legal expor as idéias. Bem que eu gostaria, pois penso coisa demais. Mas não acho digno escrever, bem pessoal.

Pra um cristão és bem pessimista!

:*

M. A. Cartágenes disse...

Prefiro chamar de "realista", mesmo! ^^

Abiodun Akinwole disse...

Seu velho ransinza!!! haha!

Tem uma frase que digo pra amigos meus e que todo diz que é a minha cara, mas acho na verdade a cara de todo mundo: "É da vida, cara. É da vida"

O ser humano só é tragicamente encantador por pensar.


abração.