quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os póros também falam

Serenidade não combina com intensos
se pudesse destruir o que adoro construir
começaria por mim
detesto o acabamento, as cores, em como certas coisas fazem curvas
Se pudesse desejar ser mais humano do que já sou
pediria menos coração
o meu está farto, cansado, estafado
e digo mais, se pudesse ser mais sensível
pediria pra Deus um pouco menos de temperamento;
menos dor no músculo pulsante entre os pulmões
um pouco mais de indiferença
tristeza, raiva e quem sabe confusão do mal estar social
Se fosse o suficiente apenas em ser o que preciso ser
optaria por não ter tanto medo em expor o que se deve...
... e lá devo alguma coisa?
A vida de alguém é importante para que seja parte da minha?
Então porque desejo tanto misturar o meu estrago com a imperfeição de outrem?
Porque eu enquanto ser humano preciso provar para mim mesmo que a vida ainda pulsa?
sentido?
desejo, sonho, projeto, coisas a serem almejadas...?
quem sabe para serem feridas ou finalmente e sorrir ao mentalizar que em fim a paz pode reinar.

É aquela velha confusão do desejo e o não desejo
de querer sem poder ter
de ter e não reconhecer nem valorizar, não encontrar onde deixou por aí
e se recebeu não viu
Tem algo nessa necessidade de cumplicidade que me afoga
que faz falta em tanta coisa não compartilhada
no frio na barriga ao te ver
na ansiedade dentro do sangue...

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