e a galera cult tá cada vez mais em alta 
cada vez mais explicita 
cada vez mais superficial 
... no sentido de "à flor da pele"
e a galera underground me massacra com seus discursos políticos
todos fundo de quintal 
que de ruim tem eu aqui quietinho no meu centrismo? 
o pessoalzinho se reúne em dois ou três 
... porque a maioria segue a maré por mera utopia 
... maré movida pelo conhecimento, mais visto por aí como "status"
status, pai, status 
e a galera tá vazia, siô 
o pessoal não sente mais a alma 
esnoba o outro e mesmo assim veste uma roupa de humanismo 
pinta o cabelo e a cara, faz furos e marcas no corpo 
... papai eu te pergunto, "até onde a gente vai?"
mas quem sou pra dizer alguma coisa 
exclamar o possível acaso 
eu sou o "último romântico" não é mesmo? 
eu sou o extremista, aquele que os poros suam de tanta ansiedade 
aquele que enxerga aqui e ali em meio a neblina 
aquela famosa penumbra branca com cheiro de folha de bananeira queimada
eu sou só mais um a insistir na alma 
que fica caladinho, rindo com o interior 
que evita olhar pro sol, mas viciou em querer tentar queimar as retinas 
o que sente tudo no mais genuíno sentido de extravagância 
que esperneia se perder o desafio 
que topa a briga não por orgulho ou pra provar alguma coisa 
topa pra poder continuar vivo
a galera tá cada vez mais antenada, filho 
eu escutei há algum tempo e te digo agora mais uma vez: os tempos não mudaram 
... é tudo muito igual 
o ser humano é patético 
recicla a moda, recicla a política, recicla a cultura 
mas, sabe qual a real meu bacuri? 
nem uma dessas coisas realmente existem 
... é tudo invenção de sua cabecinha 
... vá dormir!
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