domingo, 28 de novembro de 2010

“… um breve pulsar”

Ao som de Nuvem, do Paulinho Moska (clique na palavra sublinhada para acessar o conteúdo)

 

 

As mãos nem tremem mais, o peito antes nervoso e ansioso por alguma coisa, alguma resposta, agora se “assossega”, contentando-se mais uma vez com que tem ou não tem ou deixou de ter ou deixou de não ter.

A cabeça se dispersa, imerge em si mesma, esquece que habita em um corpo. Na verdade, o corpo pouco importa, é murro de lá, empurro de cá, pisoteada dali, desprezo qualquer que deixam algumas partes com marcas roxas enormes. O corpo não sente mais, atingiu o ápice de sublimar a dor; quando não a tem, dá logo um jeito de adquirir. A dor virou costume, virou algo obrigatório...

Estive em lugares que não deveria estar. Vi, toquei, provei, desejei, orei, pedi aos céus algum tipo de benção. As respostas, essas sim sempre nervosas, gritantes e cortantes voltam-se para mim com o doce “eu te falei”, mas ao mesmo tempo com o áspero “vem cá que eu cuido de ti”.

O estado de turbulência agora é outro. É uma turbulência altiva, polivalente, indescritível! Algo que ultrapassa qualquer letra, qualquer sentido aqui que se tentou escrever, ultrapassa até mesmo o próprio sentir. Faz-se como um misto de calmaria com agonia, de serenidade e desespero, de ansiedade e satisfação.

Me aventurei onde não deveria; são 2:38 AM, madrugada terrível, atenuante em alguns pontos. A vida se mostra irônica, gostosa mais uma vez de sentir, observar. Desestimulante em continuar a insistir aquilo que aprouver. Aliás, quem sou eu com meus botões solitários, machucados, arranhados, desdenhados, postos de lado em silêncio...

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