sábado, 11 de dezembro de 2010

Quase um bocejo…

“Tédio” é a palavra do momento! Sabe-se lá o porquê; quer dizer, acho que até cogito. Na real, tem tanta coisa pra se fazer, tanto imediatismo e ansiedade pelos resultados que não tem como não haver tédio. Tédio nas pequenas e grandes coisas, tédio nos relacionamentos, tédio na vida, tédio em ter ou deixar de ter.

Aquele velho exercício de pôr as mãos no queixo, dar aquela forte e longa respirada, no trabalho de encher de ar os pulmões, expandir o diafragma e depois seguir o vício continuo de soltar o ar e repetir tudo de novo. Tem coisa mais tediosa que isso? Existe algo mais irritante que se ligar nos detalhes, nas unhas, em conversar com alguém olhando na íris dela, em desejar “paz” no fim de alguma frase como se “paz” fosse o novo “tchau”?

Tédio por tédio, prefiro me imaginar pegando meu banquinho, aquele tal tamborete de forró, sentar nele e ficar observando o vai e vêm de zumbis, animais treinados (mais conhecido como “ser humano”) para fazer todos os dias as mesmas coisas e assim cultivando o ócio, o tédio, os sentimentos ternos recheados de toda falsa bondade e amor ao próximo que exista! Ver aqueles transportes coletivos urbanos saturados, pessoas se espremendo nas portas, janelas, enquanto as baratinhas se alimentam da sujeira fabricada por esse vício que é o cotidiano, o tédio, o ócio, enfim.

Muita gente tá entediada, muita gente reclamando de suas vidas estando com o estômago cheio. Não tô criticando essa atitude até porque ela é nata e compete a todos sem excessão. A gente nunca tá satisfeito por inteiro não é mesmo? Se estivesse, perderia a graça daquilo que ainda está por reclamar, conquistar, perseguir. É como uma velha máxima que escutei dia desses: “Um problema de cada vez”; ou como outra que vivo dizendo por aí: “Problemas não existem, somos nós quem os criamos para manter nossas mentes ocupadas com alguma coisa inútil.”. Né?

É tédio no amor, é tédio no trabalho, é tédio no lazer, é tédio em tudo até na hora de tentar dormir. Deus, em toda sua excentricidade deve estar com os ouvidos tapados faz anos. Resolveu, quem sabe, entregar-nos ao que mais detestamos. Engraçado, o que mais detestamos é criado por nós mesmos, logo, Deus é inocente de qualquer resultado! Papai do céu deve tá é dançando Não Há Dinheiro do Roberto Carlos, interpretada de forma icônica pela Del Rey.

Existe tédio até por não culpar Deus de alguma coisa, que dirá o diabo que coitado, deve fazer as maldades dele só entre seus amiguinhos capetinhas. Talvez seja ele o principal injustiçado e mais acusado de injurias de nossa propriedade. Engraçado como somos tediosos, não?

Pois é, então fica a dica: levanta a porra dessa tua bunda de onde tu estiver sentado lendo isso aqui. Procura algo que fazer e dedicar a alguém com sinceridade. Seja franco e todos assim o serão com você também. Tédio, como qualquer outro problema, é uma coisa inventada... Do egoísmo quem sabe.

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