terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Senso por senso

Não sei se é apenas impressão minha e tampouco quero escrever uma coisa sustentada em “achismo”, como em outra situação absorvi atentamente a opinião de uma pessoa; mas, parece que os tempos estão mais desordenados que de costume. Disciplina que antes significava ordem , agora mais parece um apanhado de demagogias pedagógicas que na realidade não funcionam.

Até pouco tempo tentou-se impor uma lei federal onde era proibida a velha palmadinha no bumbum, e sinceramente, não conheço ninguém que fora frustrado por ter apanhado como forma de disciplina na sua infância. É obvio que existe uma enorme diferença entre espancar e dar uma palmada. A palmada, a meu ver, só é válida e utilizada em ultimo caso, quando toda e qualquer forma de advertência não tem mais êxito, e também, não significa bater para machucar e sim apenas para corrigir.

E se perguntarem por que existem crianças espancadas por aí, direi que é porque existem pessoas doentes sem a mínima condição de serem educadoras, e, infelizmente, não estamos isentos disso em lugar nenhum. Proibindo a forma de disciplina mais antiga que se tem notícia por conta de uma vertente pedagógica ou psicológica não resolve nada. Reeducação do que é causa-efeito, ato-consequência além de maior sensibilidade pode ser o primeiro passo.

Mas, sim, não é de palmada que tô tentando escrever, talvez mais na questão de bom senso, ponderação, promoção do auto processo de correção, e acima de tudo, maturidade. E poderia ser dito também que maturidade plena não se conquista, já que a cada minuto estamos amadurecendo e crescendo de diferentes formas. Concordo plenamente, e se maturidade é um processo que irá nos perseguir até que a vida venha ter o seu devido fim, é preferível então fazer tudo um apanhado de tópicos e organizar o que se deve ou não deve gradativamente.

Talvez se dissesse que o que mais precisa educar seria a língua, quem sabe parcialmente estaria abordando um senso comum que todo mundo sabe e todo mundo tenta fazer, mas infelizmente pouco é posto em prática, a começar por mim. Tem uma passagem bíblica em Mateus 12:34-37, que diz:

34. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
35. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.
37. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.

Portanto, posso afirmar que tanto discórdia como união são possíveis de propagar com a língua (entenda-se por boca também). Constantemente nervosa, a língua não pensa, não pondera, e muito menos tem noção do que outrem sente, pensa, vive. Em todo caso, disciplina quer na língua, na ponderação dos atos e busca constante por maturidade e aperfeiçoamento do ser em questão implica em ter segurança em uma direção, pois a precipitação é nada mais do que falta de direção.

E isso serve para mim também, pois eu peco demais no que falar, como falar, na falta de maturidade, tolerância e saber acatar a repreensão quando ela é dada.

Poderia dizer também que as palavras têm forte poder, elas penetram na alma do homem seja para edificar como para afligir, logo, é de se concluir que “você é aquilo que fala”. A falta de disciplina é tamanha que o niilismo ético que nos estrutura hoje “mata” sem remorso ou culpa, que suprime a presença de valores estáveis, ontem era o mesmo que matava em nome de Deus. E que Deus? Só se for o Deus da ganância chamado antropocentrismo, prepotência, arrogância, intolerância, total falta de humanismo e senso de amor ao próximo e respeito a individualidade alheia. Se Deus fosse mesmo o centro não existiria o que existiu e hoje impera.

O livro de Romanos, no capítulo 12 versículo 12 afirma que:

12. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Isso quer dizer que a revolução na mente, que por conseqüência atinge os atos e não atos deve ser um exercício constantes,vigiar a todo tempo e crescer em meio ao conflito interno. E se a disciplina for uma coisa perene, quem sabe até a conduta, valor, moral, ética, dedicação no que for prioridade, paciência e esperança sejam refeitos. No fim, seremos mais do que excêntricos já que é uma ação pra lá de básica buscada em demasia e posta em prática por muito poucos. Enfim, nada mais há que ser dito.

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