Masturbação. Punheta. Dar umazinha. Siririca (para as mulheres). Essas podem ser as várias expressões que você já ouviu, conhece, fala ou qualquer outra que faça referência a prática mais egoísta que tenho conhecimento. Mas, antes de sair falando um monte de coisa neste texto que acredito será lido, quero deixar bem claro que:
1°) Não fiz estudo de caso sobre o assunto;
2°) O texto não é fruto de uma pesquisa;
3°) O texto não expõe uma opinião concreta a respeito;
4°) Não tenho a intenção de formar uma opinião, apenas tive um insight resultando na vontade de escrever sobre o assunto, conhecido por ser um grande tabu moral e de falso pudor!
Como comentava anteriormente, a masturbação para mim é uma das práticas mais egoístas que o ser humano pode cometer. Basicamente, consiste na auto-satisfação sexual. Isso torna inútil qualquer participação de outra pessoa, pois, somente no cerne de alguém se passa o ato sexual propriamente dito. O que estimula a masturbação parte de vários pontos, podendo ser: visuais, sensoriais, olfativos, auditivos, emocionais, psicológicos.
Enquanto pensava sobre como discorreria sobre o tema, me veio à mente a idéia de não seguir um senso comum no que tange o raciocínio a construção do mesmo. Pensei em ir “contra a maré”, mas, sem perder o teor e o sentido em si. Entrevistei algumas pessoas, que por questões éticas e de proteção a imagem delas, não divulgarei os nomes, apenas as nominarei como: Pessoa 1, Pessoa 2... etc. Perguntei se elas tinham o costume de se masturbar, porque se masturbam, qual o sentido de se masturbar, o que sentem durante a prática e depois dela.
O mais divertido em conversar com as fontes sobre esse assunto foi a interatividade proporcionada. Motivos e justificativas para se masturbar foram vários, cada um com seu exclusivo sentido e razão. Por exemplo, a Pessoa 1 se auto-estimula sexualmente para poder dormir bem. Comentou que em sua adolescência, fase em que os hormônios parecem fazer uma pessoa subir pelas paredes, o ato era repetido de 3 a 6 vezes por dia.
Muitos poderiam dizer que ele era um misógino, um tarado, mas para os psicólogos com quem também conversei argumentaram de que a pessoa estava fazendo nada mais do que saciar-se ou conhecer-se fisiologicamente. Como? Tocando-se, descobrindo que é um ser potencialmente sexual e sensual, e que tal coisa é sadia tanto para a mente como para o corpo.
A Pessoa 2 já tem um comportamento bem mais excêntrico. Ela afirma que prefere se masturbar quando está com cólicas menstruais. Ela afirma que às vezes o desconforto é tão grande que começava a buscar formas alternativas a fim de sanar o incômodo. Espantou-se quando descobriu que ao estar “naqueles dias”, praticar a masturbação dava sensações de alívio aos enjôos e mal-estar.
No entanto, nada me chamou mais atenção do que as Pessoas 3, 4 e 5. Todas elas foram congruentes quanto a descartarem a masturbação solitária, ou seja, sem uma segunda pessoa durante o ato. Todas preferem que seja realizado de igual modo simultâneo durante a relação sexual ou como preliminar.
Por ultimo, a Pessoa 6 afirmou ser desnecessário se auto-bulinar, pois, se a intenção é o sexo, logo, faz mais sentido fazê-lo do que contemplar apenas mentalmente. Ou seja, o que ela quis dizer que além de egoísta, masturbar-se nada mais é que imaginação e transar com si mesmo.
Entretanto, quando disse que assuntos voltados para sexo ainda são tabu e recebem vista grossa por estarem violando algum senso de pudor, não estou exagerando. Somos seres sexuais e estamos livres para utilizarmos tudo que faz alusão ao sexo, seja para o prazer do momento, lazer, satisfazer um parceiro, demonstração de amor e carinho, aliviar o estresse dentre outras coisas.
Eu não poderia deixar de comentar a respeito do que as doutrinas cristãs pensam a respeito da masturbação. Visto como uma prática de prevaricação, por em sua maioria tratar de erotização carnal do corpo e pessoa, dogmas a respeito do tema são criados em demasia. Alguns fazem isso como forma de tentar manter sã a mente da pessoa e evitar que ela perca o senso do que é santo e do que é carnal.
Uma das passagens mais famosas da Bíblia, trata de forma clara e direta a respeito do corpo e como ele deve ser visto, zelado, respeitado. A passagem a qual me refiro está em Romanos 12 (clique aqui para ler), onde o apóstolo Paulo afirma que devemos apresentar nossos “corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. O que ele quer dizer com a expressão “sacrifício” significa que nem todas as práticas devem ser comuns entre os que pretendem seguir a Cristo.
Sinceramente, creio que a intenção não é ser contra a masturbação, mas por qual motivo e circunstância o ato é praticado! Muito poderia se evitar e falsos dogmas caíriam por terra se passagens bíblicas do tipo, ou até mesmo educação sexual em escolas, igrejas e dentro da própria instituição familiar fosse discutido, debatido. Não estou dizendo que sou a favor da livre prática de se masturbar ou qualquer outra coisa do tipo, apenas acredito que reprimir não contribui em nada. Tanto prova que no versículo 2 de Romanos 12 diz que “não devemos nos conformar com este mundo e o que ele professa, mas devemos ser transformados pela renovação do nosso entendimento, para que experimentemos qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Se quiser uma dica pessoal sobre o assunto, leia o capítulo mencionado e medite a respeito!
Também não sou contra os dogmas cristãos, até porque eu sou Protestante, e não poderia ir de contra meus próprios valores morais. Eu sou santo (santo significa seperado para a obra de Deus e não popularmente conhecido como um ser imaculado e bonzinho) e pretendo atingir outros vários níveis de santidade por mais difíceis que sejam de alcançar; mesmo que eu pelo caminho eu caia, erre, dê mau testemunho em algum momento, o foco deve ser sempre superar-se tendo em mente o princípio de que o servo de Deus é separado para Deus e por si só, santo!
O que quero deixar bem claro é que não devemos nos deixar ser atrofiados mentalmente, mas buscar uma constante evolução e maturação metanoica. Acredito sim que o sexo foi criado por Deus e deve ser usado de modo consciente e não por modismo ou filosofia promíscua de momento. Acredito sim que dar liberdade de agir a alguém o impele de responsabilidade sobre o seu próprio corpo e desejos. Não devemos mistificar uma coisa pra lá de simples.
Penso também que o ser humano é formado por uma tríade: corpo, mente e espírito. Se procuramos exercícios para proporcionar melhor saúde e satisfazer a vaidade física, devemos também trabalhar a nossa mente e nosso espírito. Trabalhar a mente quanto a não perversão do que não é pervertido. Vivemos em um mundo machista onde o culto ao corpo perfeito e sexualmente disponível é usado de maneira apelativa. Mas, sobre isso, discorrerei em outro texto.
Muitos mitos a respeito de se masturbar existem por aí. Numa dessas minhas leituras em páginas virtuais, vi comentários respondidos pelo Dr. Jairo Bouer em seu site. Jairo é referência no Brasil, para o grande público quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Alguns desses mitos fazem menção a mudanças nos caracteres masculinos como a voz, se deixa o pênis maior e mais rígido ou se a prática da masturbação contribui para a disfunção erétil. Jairo apenas afirma que nenhuma dessas coisas existe. A voz não afina, o pênis nem diminui nem aumenta e tampouco fica mais rígido ou frígido.
Bouer comenta também que o que causa a disfunção erétil é a ansiedade que antecede o sexo e que isso precisa ser ponderado pela própria pessoa, caso contrário, que procure um terapeuta especializado no assunto. A mesma coisa dá-se para as mulheres. Muitos acreditam que elas nada sentem e sequer “brocham”. Em suma, o que posso tirar como moral disso tudo é que a prática da masturbação consiste apenas em saciar o prazer do corpo, da libido e nada mais!
Por fim, é importante ter em mente que nada é setorizado, e por mais relativo que possa parecer, um pouco de absoluto e objetivo ainda existe em meio a tanto sincretismo, conceito ou ideologia.
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