sexta-feira, 22 de abril de 2011

É isso aí e enfim

-> Ao som do Curumin com a música “Mistério Sterio

 

Problemas não são problemas. Problemas são apenas testes”.

Tem quase duas ou três semanas que escrevi essa frase e simplesmente depois dela eu empaquei! Não sabia mais que palavras botar pra fora ou como me expor. Se ainda não ficou claro, este bendito blog (o qual eu nem sei se ainda é lido) tem apenas um único fim: pôr em palavras introspecções ou coisas cabeludas que se passam na minha cabeça. Por isso, nunca, mas nunca espere que eu esteja falando sobre alguém ou de forma direta a ponto de ditar uma verdade. Expresso opiniões, sentimentos, sensações, estados de espírito, vivências... se dentro desse interim alguém gostar e apostar que vale à pena eu ficaria mais do que grato!

Mas, como estava dizendo, escrevi a frase e fiquei nela mesmo. Daí começou o feriado (Semana Santa=Páscoa). Muita gente viajando, outros achando que o fato de não comerem carne estão cumprindo algum desígnio para ficarem mais santos ou perto de Deus, outra parcela aproveita para fortificar as fracas convenções sociais de afeto; bem, e eu, fico aqui na minha, lendo meus livros, pensando besteira, curtindo aquela doce ansiedade por alguma coisa que não sei ainda bem o quê.

Talvez eu precise ocupar mais a mente, talvez eu precise ser menos prolixo e ir direto ao assunto. Até porque, “prolixo” já diz tudo, ou seja, pro“lixo”, lixo. Sim, Lixo! Sacô?

Na real, eu tava pensando em como as pessoas precisam dessas convenções para se sentir gente. Sejam elas quais forem tocar ser tocado, falar, ser ouvido, sentir alguma coisa, reciprocidade e até mesmo o ódio ou arrogância precisam ser mostrados porque fazem parte de algum tipo de demonstração de afeto ou desafeto. Pela repulsa que for, é uma merda sem nexo se importar tanto pela menor e maior pedra que esteja no sapato ou no sorriso de uma pessoa que estimamos, gostamos e queiramos ter em nossas mãos para afagar (vai saber onde).

E voltando mais um pouco no que disse anteriormente falei de feriadão, fim de semana, convenções de afeto social, relacionamento, enfim. Eu sou solteiro, tô aí caminhando pra entrar pro grupo dos titios e às vezes isso me incomoda. Não que guarde esperanças românticas de uma princesinha me abrir um largo sorriso na boca escancarando os dentes, não, não é isso! Tô falando mais do sentido de ser alguma coisa ou alguma pessoa pra outra pessoa.

Eu nunca soube o que é isso. Digo “o que” porque pra mim é uma coisa, um objeto, um estado. Sou meio bicho-grilo com uma mescla de, como dizem, “à moda antiga” mas lá no fundo não passa de frescura. Pois sim, eu vejo como coisas objetos! Pareceu superficial dizer isso? Não entendo as convenções, não entendo essa troca de interesses, do dar e receber uma parte do coração, da vivência, de sentimento de algo que eu não posso apalpar. E ainda mais, em ter que me contentar com a palavra de alguém. Sim, palavra! Palavra é uma coisa subjetiva, você joga ela no ar que logo se desfaz, não tem consistência, substância, algo que se possa pegar, guardar na carteira ou em qualquer outro lugar do corpo e da alma.

Também não me venha com “guardar no coração” ou “guardar na mente”. Não faço parte do grupo dos fofos nem dos bons de memória. Mas, oh, atente, tô falando de sentimentalismo a parte! [...] Nunca soube o que é ser um namorado, já tentei ser legal com algumas pessoas e tudo que consegui foi afastá-las de mim. Crio meus próprios problemas? Com certeza! Quer dizer, crio meus próprios testes? Vixi Maria, e como eu crio!

Numa música do Jobim, interpretada pela Elis, diz um trecho que o “sonhador precisa acordar”. Tô sonhando? Idealizando uma pessoa, um estado? Tenho medo de dar a tão temida cara tapa? De dar aquele super passo de ser uma coisa que nem sei se existe fora das convenções de fobias sociais ou afetivo-sociais? Eu morro de medo disso, e não espere nexo de minha parte por ver alguém se atrevendo a se achegar pra perto de mim.

Lembro que no meu segundo ano do ensino médio, ano de 2004, uma mocinha chegou pra mim e disse: “Namora comigo, Marcos?”. Minino eu tomei um susto, e ainda fui sacana em ficar com ela e no maldito dia seguinte dizer com a cara mais lambida de que fiz uma coisa errada e de que ela deveria deixar pra lá! Hahahaha... aiai!

O Carpinejar acabou de twittar aqui “O apaixonado age como se tivesse os dias contados. A eternidade faz mal ao amor”, concordo plenamente. Se já me apaixonei? Sim, três e incríveis três vezes, e espero que pra nunca mais! Nada contra paixão, mas é que ela é tão volátil, te tira do sério e faz as mãos tremerem, o peito querer saltar do corpo, não tenho fôlego pra tanta lorota assim. Amor? Não sei se já cheguei à tamanha façanha. Façanha porque é um salto de segurança mútua o amor, e eu nem sei por que, até hoje, não consigo ter relacionamentos além de três meses. Hahahaha... aiai!

Feriadão vai findando, os dias vão passando, tô chegando na casa dos 24 anos e ainda não consegui nem comprar uma lata de tinta pra pintar meu quarto! Que dirá me virar pra alguém e dizer: “Passa o resto da tua vida comigo, minha joia”. Hummmm. Tem gás demais querendo ser posto pra fora, tem vida demais esperando ser vivida mais um pouco ou quem sabe terminar de estragar. Têm objetivos mil prontos para serem pegos e transformados em coisas práticas, certas, diretas, vivências e sensações que extrapolam minhas crônicas intimistas!

Talvez eu precise apenas sair um pouco de casa, desligar as tecnologias de comunicação ao meu redor e escutar mais o que o vento diz enquanto passa pelas minhas orelhas. É como o Arnaldo Antunes versou numa música do Curumin: “Cada ser tão solitário tem um sertão no peito”. Tô vivendo e fazendo meus testes por aí!

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