segunda-feira, 16 de maio de 2011

Enrustindo falsas emoções que são verdadeiras

Ao som do tape #50, do blog Plug de Ouvido: “… uma playlist no estilo ‘chillin’. Aperte o play e coloque as pernas para o ar.”




Queria eu poder me reservar uma vida em marcha lenta
Daqueles pseudo-adéptos da boemia
Queria eu poder me reservar de adrenalinas
Principalmente as que tenho vivenciado com tanta intensidade nos últimos dias
Havia me esquecido como é a vida que não escolhi
Havia me esquecido a vida que recebi como dádiva
Minha só minha...

Queria eu poder me reservar de passados nada gloriosos
Aqueles momentos ingratos que culpei terem sido dados pela vida
Mas, fui eu quem escolhi
Logo, a danada da vida não me ensinou muita coisa não,
se não a minha insistente mania de ser teimoso.

Queria eu poder me reservar em colocar-me mais em versos
Eu queria poder viver nas minhas ludibriações internas
Aquelas que só os intensos sabem
Aquelas que só os secretos de coração conhecem
que não recriminam,
que ouvem no calado apenas fazendo movimento de “sim” com as cabeças,
com aquele leve sorriso de quem entende a vida de alguém que tentou de tudo,
e chegou aqui pra dizer: Continuo aí com nada nas mãos, mas insisto em crer na esperança do bom porvir!

Queria eu poder dizer “Eu te amo!”
No entanto, desconfio da minha meninice e dos falsos sentidos que ela pode proporcionar
Ainda mais eu, pertencente ao mundo dos intensos, dos renegados, dos errados por opção
Hoje os meus dias andam sisudos
Hoje meus verbos são imperativos enrustidos
Sim, no sentido de introversão,
de introspecção,
da solidão,
das madrugadas que não param de me perseguir.

Às vezes entendo que a morte é ganho, é lucro
Às vezes entendo e penso que quero morrer o quanto antes
Às vezes interpreto que minhas injurias e emoções são tão pequeninas
Chego a me perder dentro de tamanha ignorância e egoísmo
Vou apenas ganhar com a morte a oportunidade de evitar tanta gente que já cansei
Evitar os sentidos e sentimentos que já fartei
Evitar o cotidiano repetitivo nessa cidade, capital de um estado tão provinciana quanto um interiorzinho de uma rua só!

Cada ser humano é um mundo
O meu mundo não representa coisas claras
Vide borrões, clarões, luzes pisca-pisca
Atenta bem minha querida para onde você entra e de quem se aproximas
Eu não sou legal, mas me esforço um tanto assim
Tudo pra que no fim eu sorria tanto quanto quero te ver sorrir.

Se perca em mim, nesse estrago que escolhi ser
Milite a mesma fé que tem guiado meus sentidos
Escolha o que eu posso te dar, porque de resto, não me interesso nem cativo ou aprecio, mais.

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