quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A crônica da vida

El velo semitransparente
Del desasosiego
Un día se vino a instalar
Entre el mundo y mis ojos.
Yo estaba empeñado en no ver
Lo que ví, pero a veces,
La vida es más compleja de
Lo que parece.
"La Vida Es Mas Compleja de Lo Que Parece" - Jorge Drexler

 

A crônica da vida é agridoce, com sutis toques de azedo, amargo e apimentado.
A crônica da vida, pelo a menos da minha vida, se limita a partes que insistem em um dramático envelhecimento precoce.
A crônica da vida praticamente se reserva em três contentamentos e três constatações: alegria, tristeza e dúvida; certo, errado e dúvida. E porque não dizer “provar”, “degustar”, “rejeitar” e “viciar”? Talvez melhor “prazer” porque em tudo o “prazer” se faz presente.
A crônica da vida pode ser traduzida em alguns poucos dias de chuva com direito a chocolate quente, filmes, livros e devaneios em série.
A crônica da vida é a autoanálise que vez outra nos traz para a realidade. O problema é que em seguida nos a rejeitamos com a justificativa de: “Somos jovens demais” ou “Vamos viver o que há para viver, vamos nos permitir”. Mentira!
A crônica da vida é o equilíbrio entre o “não” e o “sim”.
A crônica da vida é descobrir uma forma de manter a mente sã no mar de culpa que insiste em querer nos tragar.
A crônica da vida é respirar fundo e sentir o ar fazer o seu serviço, discernindo oxigênio e nitrogênio, alimentando o funcionamento do sangue, órgãos e neurônios.
A crônica da vida é se ver nos olhos do filho, e esperar que ele seja tudo que não você não foi ou ser mais do que você um dia gostaria de ter sido.
A crônica da vida é se permitir amar sem ter de fato um “porque”, assumir a falta de compostura e ser o que precisa ser.
A crônica da vida é tentar manter-se vivo e dar graças à Deus por tamanha benevolência e paciência divina.

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