terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Piada interna

E eu, que andava assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
Mas não vi nada

- "Apanhador Só"

O maior erro que um homem pode cometer por uma mulher (veja bem, não é “com” nem “contra”, é “por”), é o de se importar. É óbvio que isso não é um fator geral, mas, está bem perto disso. Geralmente o homem se importa quando parte sua já demonstrou o interesse, um bom interesse e se esse tal “interesse” não tem o impacto desejado que a infantil forma de raciocinar dele cogitou e criou expectativas, então podemos ter toda certeza: aí vem problema!

Pra começar, homem é tudo besta! Sim, somos bestas, idiotas, românticos e cheios de humanidade latente. Caso o machismo ainda reine nisso e naquilo, desencane porque nada mais é do que o falso senso de segurança falando em alto e bom som. Como eu disse, homem é tudo besta, uns tremendos bostas!

No entanto, entenda pela minha perspectiva de homem em formação, como e porque nós nos importamos:
1.    A gente se importa quando vê futuro em determinada condição afetiva com alguém. É bom saber que mesmo sem ter muito a oferecer (coisa da qual nos perseguirá a vida inteira), certa pessoa enxergou no meio de tanta meninice um alguém valoroso, pelo menos até certo ponto.
2.    A gente se importa quando atenta ao fato de que as nossas infantilidades são percebidas, trabalhadas, questionadas, contornadas e por fim, amadas. Sim, a nossa canalhice e desejo de transferir a vontade de ter as nossas mães por perto para a mulher que diz “Eu te amo” de maneira sensual em nossos ouvidos é tão grande, que após conseguir o que queremos relaxamos e desfrutamos de todo bem-estar possível.
3.    A gente se importa quando de alguma maneira sente conforto misturado à inquietude dentro do peito. Eu por exemplo, não sou quieto por dentro, embora finja muito bem por fora. A minha calmaria é aparente e a turbulência regada a muito maremoto e ondas de dramaticidade são perceptíveis somente para quem sentir estar na condição de posse.
4.     A gente se importa quando todas, ou pelo menos parcialmente e até de maneira lúdica, as nossas fantasias são consoladas e relativamente realizadas. Nada melhor do que unir o útil ao agradável em algo estável, duradouro e prazeroso. Qual homem não quer “casa, comida e roupa lavada”? ^^.
5.    A gente se importa quando a outra parte da história, ou seja, a garota, parece (veja bem, eu disse “parece”) também ter perdido o medo de se importar e é justamente quando chega nesse estágio é que, como dizem: “a porra fica séria”!
Deixa eu te dizer uma coisa sobre o ponto nº5: ISSO É UMA TREMENDA CILADA! Sabe aquela minissérie, “Carga Pesada”, onde o personagem de Antônio Fagundes (Pedro) gritava pro Stênio Garcia (Bino) nos momentos de perigo? Aquela frase mais ou menos assim: “É uma cilada, Bino! Corre!”, pois é...

Fico aqui pensando em todas aquelas frases de efeito cantaroladas nas músicas, versadas nos diálogos dos filmes, nas poesias. Sabe como todas elas surgiram? Elas surgiram do fruto de querer ter, do fruto de se importar 100% e receber 45,5% em troca, do fruto de se sentir como o bichinho de estimação que passeia livremente com seu dono enquanto este lhe dá corda e mais corda na guia até ela se transformar em um forcador com travas voltadas para o pescoço.

Contudo, se a gente for ficar o tempo todo na defensiva por isso ou por aquilo não vai ter história pra contar, não vai haver motivo para chacota, muito menos uma piada interna pela falsa sensação de maturidade. No alto dos meus simplórios 24 anos eu me convenço cada vez mais de que o importante mesmo é curtir e aproveitar cada detalhe. Agora, e se eu disser que não sei curtir? Hehe.

É muita decadência pra pouca e gorda pessoa... E tenho dito!

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