terça-feira, 26 de junho de 2012

Quero tudo aquilo que posso ter de direito

Ok!, descobri que sou possessivo. Ou seja, de acordo com a Psicologia moderna, eu tenho um "traço de personalidade que é caracterizado pela tendência em que o indivíduo tem de querer o domínio ou a posse daquilo (de quem) o rodeia". Tá compreendido?

Tudo bem, eu sei, isso é triste e demonstra, além da inquietude interna, falta de segurança em si mesmo. Quer dizer, nem tanta falta de segurança em si mesmo, no meu caso tá mais pra “efeito colateral causado pela saudade” do que a insegurança propriamente dita. Sabe aquela saudade que parece engatada na garganta, que dá um nó no peito, uma sensação de angústia terrível e por fim a tal crise de ansiedade? Pois é, tô nesse rumo aí. Talvez seja por isso que me encontro em proposições onde acabo por descobrir que sou possessivo.

Mas, antes de ser visto como alguém infantil (não que eu seja algum adulto, porque não sou... tento apenas ser o meio termo entre as variantes), vou tentar colocar ou descrever a respeito do que eu penso sobre a possessividade.

De uma vez por todas eu começo a acreditar que tudo aquilo que não gostamos ou não aturamos, será justamente e proporcionalmente devolvido para nós. Isso significa que, se algum dia eu entrei em crise devido alguém extremamente carente e grudento ao meu lado, hoje, eu percebo que quem de fato é extremamente carente, grudento e eternamente sedento de atenção sou eu. Eu sei, eu sei, isso é exposição demais, mas, o que seriam dos blogs se não fosse a exposição e o coração rasgado muitas vezes por coisas que só o autor entende? Enfim...

A minha possessividade tem toques de zelo, de ciúme e um pouco de medo. Zelo porque a raridade que se encontra na minha vida atualmente, me fez dar um tiro no step pra não ter um pneu reserva caso algum dos que estão em uso venha a furar. Ciúme porque eu já levei baques o bastante pra perder a paciência com as convenções e relacionamentos, então eu brigo, grito, crio as tais “DR’s”, tudo pra não jogar poeira para debaixo do tapete. Medo porque as coisas pra mim costumam durar muito pouco, principalmente quando são raras.

Entretanto, graças a Deus!, não sou maluco. Isso quer dizer que eu não persigo ninguém, não maltrato ninguém, nem instituo vetos ou proibições. Gosto de pessoas livres, até porque também sou livre. Gosto de pensar que posso ser lembrado como o cara que deixa a dita cuja andar com as próprias pernas, mesmo que o zelo, ciúme e medo estejam engatados na garganta. Gosto de pensar que quando dou chilique, é um chilique à vista e não parcelado. Gosto de pensar que não brinco com o emocional nem faço joguinhos imaturos de “se me ama, prove”, já levei porrada e murro com ponta de faca o suficiente para me colocar no lugar de quem está ao meu lado.

Minha possessividade é moderada, é apenas apaixonada... Às vezes penso que sou um pai ao inverso. Ou seja, eu me preocupo se já comeu algo, que horas vai chegar em casa para que o pouco sono não atrapalhe as demais atividades do dia seguinte, se a saúde vai bem, se a conta bancária está no aperto, etc. A minha possessividade respeita a individualidade de outrem, não fica evidente costumeiramente, salvaguardando os momentos de falta de afeto. A minha possessividade é tão possessiva quanto a de quem aceitou todos os meus defeitos, tudo porque ela consegue ser pior do que eu naquilo que tenho de mais neurótico.

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