terça-feira, 24 de maio de 2011

Sim, senhora!

Cheguei a conclusão de que não tenho nem autoridade nem maturidade pra ter escrito o que escrevi aqui. Não tô me vitimando nem duvidando da minha capacidade de estruturar um texto no estilo crônica, apenas aceito o fato de que se me embasar apenas no meu achismo, esse texto, assim qualquer outro que já tenha escrito, ficaria um cú. No sentido literal da expressão, um cú mesmo!

Esse é o segundo texto de uma série a qual comecei e pensei que pudesse levar a diante. O problema é que tô quase certo deste aqui ser o ultimo e eu volte para minhas introspecções de costume. Dando continuidade ao enredo a respeito de RELACIONAMENTO, essa segunda parte eu tentei discorrer sobre o questionamento: “Afinal, é a mulher quem manda?”. Conversei com muita gente, sempre em pares, e observei resultados controversos.

Com certeza você diria que as mulheres com quem conversei sejam partidárias da ideia de que elas detêm o poder. Entretanto são os homens que acreditam e militam a respeito de que são elas que estão no topo do mundo. Não fiz um texto com tanto embasamento como o da Revista Alfa (edição de Janeiro), onde foram entrevistadas mais de 5mil pessoas em todo o Brasil, mas penso que isso que escrevi dê pro gasto (prometo ser a ultima vez em que me arrisco sobre o assunto).

Tentei unir o útil o agradável pra que isso aqui tenha sentido. Como? Nos dois locais em que estagio elas são maioria. Na minha família elas também estão em maior número. Até nas poucas amizades que possuo elas aparecem em uma quantidade expressivamente superior à de homens. Os meus contatos no MSN elas compõem 90% do contingente. No texto anterior tomei como base a passagem em Efésios 5:22-33 e vou mantê-la. Para prosseguirem, leiam, por favor. (clique aqui)

Não sei vocês, mas eu não vivo sem mulher. Tanto prova, é que no meu dia-a-dia elas são maioria. Se algum dia Deus me der à incumbência de ser pai, ainda assim as preferirei.

Entendo que essa passagem bíblica, tal como dissera no texto que abri tratando do assunto RELACIONAMENTO (clique aqui para ler) seja erroneamente interpretado. Mais uma vez, entenda o verbo “sujeitar” não com a conotação de estar “abaixo de” e sim “ao lado de”. Para chegar nas palavras as quais vocês leem pensei bastante no contexto em que eu tô inserido, e até também para que o que a Bíblia em si comenta a respeito seja entendido na sua real natureza e não por partes como muita gente assim o faz.

Faço um adendo até; infelizmente, vivemos num tempo em que mais do que nunca o evangelho se transformou em comercio onde o produto é a desgraça alheia. O amor, a cooperação, a mutualidade, as bem-aventuranças de Jesus narradas no livro de Mateus capítulo 5 (clique aqui para ler) foram esquecidas, e espero que a separação do joio do trigo (como na parábola), seja feita logo logo, antes que as coisas fiquem piores do que já estão.

[...]

Se eu sou partidário da ideia de que elas mandam? É claro que sim! Pense bem, você homem, não se vanglorie por ter a mulher que tem! Todos nós do sexo masculino andamos com uma espécie de curriculum vitae estampado na testa, algo que só elas veem. Não pense que é mérito seu o fato dela querer ficar contigo, muito menos de aguentar suas infantilidades e explosões de testosterona. Aceite o fato de que sempre seremos bebês e elas o cérebro mais desenvolvido. Se ela insiste em te ter por perto é porque algo nesse seu ser é de proveito para ela em alguma área da vida dela, se não em todas as áreas.

Nós homens somos adaptados às questões práticas, como: concertar torneiras, fiações elétricas, fazer trabalho braçal e é claro, ajudar na reprodução. Mas, colocando um pouco o sarcasmo de lado, é nossa obrigação e não pode haver dúvida quanto a isso, a vida, o conforto, a alegria, o bem-estar, a saúde, a integridade, o todo referente à mulher.

Damos a elas a capacidade de serem nossas donas, como leoas que atacam os inimigos para salvar seus filhotes. Nós somos esses filhotes, por isso, eu não discuto quanto ao fato de a mulher mandar. É obvio que existem situações e situações. De igual modo como elas querem um braço forte (não entenda como parte do corpo humano) e um líder por perto, nós homens também ansiamos uma auxiliadora, compreensiva diante da crise, zeladora da imagem e reputação. Isso é, um homem com o mínimo de senso pensaria assim, não posso exigir demais também (infelizmente).

Eu quero uma ajudadora naquilo que eu não puder dar conta. Eu preciso de alguém paciente quanto a minha rabugice. Eu preciso de uma pessoa capaz de desvendar e me desarmar diante dos vários momentos de mau-humor. Também quero alguém tão birrenta e marrenta quanto eu. Ou seja, eu quero uma mulher!

Meu grande amigo e colega de profissão, o jornalista João Ricardo Barbosa, disse certa vez:
“Sim, elas mandam! Mandam quando a gente nasce, pois são mães e mandam com amor. Depois mandam como namoradas aproveitando o fogo dos adolescentes. Depois mandam como mulheres, pois são tudo na nossa vida, como a minha é! Depois mandam como filha, como a minha é. Sempre as mulheres estarão no poder e nós apenas temos força física e pensamos que somos os donos da situação.”

Também assino em baixo e tomo para mim as palavras de outro irmão meu, o João Neto, ao afirmar:
Segundo experiências pessoais, mandam sem ressalvas. De modo geral, seguindo o senso masculino comum, mandam sem ressalvas. Algumas com autoridade bem declarada, outras de forma mais velada. Estas últimas “mandam mais” pelo fator charme que vence, inevitavelmente, o fator brutalidade das autoritárias. Não consigo decidir se sou frouxo ou macho o bastante para admitir a supremacia das mulheres, mas sim, são supremas em namoros, casamentos, como mães, amigas, enfim, o que puder ser imaginado em termos de relações interpessoais. Mandam até quando são dominadas, subjugadas.//
As mulheres nos modelam, nos transformam aos poucos no que desejam, mesmo que alguns homens resistam. Mulheres de malandro, masoquistas, corneadas, abandonadas, mimadas, bem amadas, todas são dominadoras por excelência, mas, não necessariamente, por profissão, afinal estão nas mais diferentes situações por gostarem ou por dificuldade de se impor. Aí está mais um paradoxo da existência feminina: ao mesmo tempo em que são dominadoras podem ser incapazes de se impor.//
É possível, por horas, discutir sobre as artimanhas femininas e sempre se deparar com incongruências, paradoxos, certezas e cansar de repetir "mas" e "mesmo que", se mostrar confuso ao defender argumentos há poucos segundos impecáveis, definir, voltar atrás, acreditar erradamente possuir alguma resposta certeira. Por enquanto, arrisco dizer que a dominação feminina está na inconstância, no mistério, no charme ou agressividade, está nos clichês que cansamos de repetir e lutamos para entender. E assim será enquanto as mulheres habitarem um mundo diferente do masculino, o que vai ser, pode acreditar, pra sempre.”

Enfim, elas mandam e não adianta você discutir e tentar argumentar do contrário. Assuma o fato de que até nos acordos democráticos, aqueles conquistados em conjunto entre você e sua companheira, ou você mulher que está lendo isso aqui, diante de uma conversa com seu companheiro; é a mulher quem manda porque em tudo que elas tocam fica mais bonito.

Com a presença feminina tudo ganha mais cor, uma nova chance de se tornar válido. A mulher dá utilidade ao que a condição masculina mesquinha descartaria de imediato. Enquanto nós somos o arquétipo grosseiro da testosterona e total falta de compreensão, são elas as responsáveis por mostrarem um pouco de fineza contrastando com tamanha rudez e bestialidade masculina. Não me importo de me xingar porque essa parte sensível da qual possuo só a tenho porque as várias mulheres que passaram e as que ficaram em minha vida, é que são as responsáveis.

Aceito o fato e a determinação de zelar pela minha integridade para ser apresentável sem mácula a quem me pertencer. Aceito a obrigação de me amar para poder ter “todo amor que houver nessa vida” (como diria Cazuza, na voz inconfundível de Cássia Eller) pronto para ser oferecido sem importar-me com devolução. Aceito o fato de que para eu existir uma mulher precisou me pôr no mundo, e, que presente (e dever também) maior do que retribuir tamanha demonstração de amor (e tolerância) por algo imperfeito e troncho como eu se não for honrando e protegendo, bem-dizendo?

2 comentários:

Anônimo disse...

poxa... bem bacana a sua análise!! amei, simplesmente vc colocou numa visão analítica, levando em conta o que a Bíblia diz, e isso é muito importante, pois vc conseguiu esclarecer o que muitos equívocos trazem quanto à questão da "submissão da mulher", vc conseguiu retirar a deturpação que muitos leigos trazem quando se referem a essa passagem! parabéns!! amei muito!! Juliana Aguiar

João Neto disse...

Vou me dar ao direito de copiar minha parte do texto e postar no semáforo.

Curti muito, mano. Parabéns.